Delivery de Inovação: iFood vira referência global
Existe uma diferença entre usar inteligência artificial e criar inteligência artificial. O iFood, que sempre foi referência no uso da tecnologia para otimizar suas operações, decidiu dar um salto muito mais ambicioso: desenvolver sua própria IA. Trata-se de um movimento raro (e ousado) no ecossistema brasileiro. Enquanto a maioria das empresas utiliza modelos prontos de mercado, o iFood mergulhou no desafio de construir um modelo proprietário, feito sob medida para o seu negócio.
Ao invés de um LLM (Large Language Model), a companhia criou um LCM - Large Commerce Model. A diferença não é apenas de sigla, mas de propósito. O modelo foi desenvolvido em parceria com a Prosus e treinado sobre bilhões de dados transacionais acumulados ao longo de anos, oriundos de mais de 500 milhões de clientes. Em outras palavras, o iFood está transformando seu histórico de pedidos, preferências e comportamentos em inteligência viva… e exclusiva.
Com o novo modelo, o aplicativo deixará de ser apenas um intermediário de pedidos para se tornar um verdadeiro assistente pessoal gastronômico. Ao invés de digitar “pizza”, o usuário poderá dizer: “Vou fazer um jantar de aniversário para minha mãe e quero sugestões de um cardápio simples, leve, baseado em frutos do mar e que custe até 500 reais.” A IA do iFood entenderá o contexto, sugerirá combinações e montará a jornada de compra completa, tudo por texto ou por voz.
Essa mudança pode redefinir o e-commerce como conhecemos. Há três décadas, a compra online se baseia em buscas por palavras-chave. O que o iFood está propondo é substituir a busca pela conversa. O cliente não vai mais procurar um produto; ele vai descrever uma necessidade. E a IA cuidará do resto. Essa experiência estará disponível não apenas no aplicativo, mas também no WhatsApp, tornando o processo ainda mais fluido e natural.
O que o iFood acaba de fazer é mais do que um avanço tecnológico: é um marco estratégico. A empresa se consolida como uma das líderes globais em inovação aplicada, capaz de criar tecnologia e não apenas usá-la. Num país onde poucas empresas dominam o ciclo completo da IA, o iFood mostra o caminho e reforça seu papel como um dos grandes símbolos da economia digital brasileira.