Uber Cavalo, Briga de Ex, Vez do NuCel, Buffett Precavido e Equity dos Donos
Bom dia! Hoje é 3 de novembro. Nesse mesmo dia, em 1994, a Sony lançou a primeira versão do PlayStation. Esse fato mudou a história da companhia e do próprio mercado de games.
Dirigir será igual a andar de cavalo
O CEO da Uber disse algo poderoso: no futuro, dirigir será como andar a cavalo. Ninguém mais vai pegar as "rédeas" para ir trabalhar ou atravessar a cidade. Carros autônomos vão cuidar disso. E, quando quisermos assumir o volante, será por puro prazer, como quem monta para sentir a liberdade, e não para chegar em algum lugar.
Pense no impacto dessa frase. Se hoje dirigir representa autonomia, amanhã autonomia será justamente não precisar dirigir. Vamos confiar mais nos algoritmos do que no nosso reflexo, mais nos sensores do que nos nossos olhos.
As máquinas erram menos, cansam menos, distraem menos. Dirigir todo dia será quase um capricho vintage. Você escolhe o volante como quem escolhe o cavalo: sabendo que é bonito, emocionante… e totalmente opcional. Vai ter pista específica, espaço delimitado, quase uma “fazenda moderna” para quem quiser sentir nostalgia mecânica. A rua real pertencerá aos sistemas inteligentes.
E isso diz mais sobre nós do que sobre os carros. A tecnologia sempre começa substituindo esforço. Depois, ela redefine significado. Dirigir já foi liberdade. Em breve, liberdade será usar o tempo que antes era perdido no trânsito para viver, criar, pensar.
A briga dos ex-amigos
A última disputa entre Elon Musk e Sam Altman veio à tona exatamente por uma pré-reserva de US$ 45.000 para o modelo Tesla Roadster, feita em 2018 por Altman. Ele postou no X capturas de tela mostrando a confirmação do pedido, o pedido de cancelamento e uma mensagem de e-mail devolvida, tudo isso depois de alegar ter esperado 7,5 anos sem resposta.
Musk, por sua vez, reagiu dizendo que Altman já havia recebido o reembolso em 24 horas, e acusou o CEO da OpenAI de omitir isso: “E você se esqueceu de mencionar o restante, onde esse problema foi resolvido e você recebeu um reembolso em 24 horas. Mas isso é da sua natureza.” disse Musk.
Essa troca de farpas não é isolada: ela se encaixa num conflito mais amplo entre os dois sobre os rumos da inteligência artificial, a missão da OpenAI e o papel da Tesla no futuro da tecnologia. Altman questiona o atraso do Roadster, Musk lembra o passado da parceria deles e as divergências ética, abrindo uma ferida antiga.
Alô, quem fala? É o Nubank
Depois de ter criado uma plataforma financeira eficiente e redefinido a experiência do cliente no setor financeiro, o Nubank partiu para outro mercado: o da telefonia. Há algum tempo atrás, lançou o NuCel, sua própria operadora.
Durante um tempo, o projeto ficou restrito a um grupo de clientes, com funções básicas. Enquanto não estivesse perfeito, não seria escalado. Agora, parece que chegamos nessa fase. O NuCel está expandindo rápido.
Sinal disso é a publicidade que o Nubank vem fazendo. Até duas ou três semanas atrás, no início do Jornal Nacional, ouvia-se: “Jornal Nacional, num oferecimento de Nubank”. Agora, a frase mudou: ao invés de Nubank, escuta-se NuCel.
Significa que o produto ficou pronto e está sendo apresentado a uma massa muito grande de consumidores. Além da TV, o Nucel aparece nos relógios de rua, nas telas dos elevadores e em muitos outros lugares. O Nubank decidiu "ligar” de vez o NuCel.
Juntando dinheiro
Warren Buffett está com quase US$ 382 bilhões em caixa… e parado. Nada de compras relevantes. Cinco trimestres sem recompras. Pelo contrário, vendeu mais de US$ 6 bilhões. Quando o investidor mais disciplinado da história decide não entrar, o recado é claro: tem algo caro demais na mesa.
Não é drama, é disciplina. A Berkshire negocia com prêmio de 72% sobre o valor patrimonial. O “Indicador Buffett” bateu 217%. Sinais clássicos de mercado esticado. Resultado? Buffett tira o pé. Porque retorno não é sobre empolgação. É sobre preço.
Curiosamente, a operação está voando: lucro operacional subiu 34%. Seguros, ferrovias, energia… tudo saudável. Mesmo assim, o botão de compra continua guardado. Porque crescimento não significa oportunidade quando o valuation já embute perfeição.
Buffett já fez isso em 1999. Em 2007. Agora em 2025. Acumula caixa, espera o pânico, compra no caos. A lição? Muitas vezes, a jogada mais inteligente não é agir rápido, é esperar enquanto todo mundo acelera.
Dono de quanto?
Quanto vale acreditar tanto na própria tese a ponto de colocar o próprio patrimônio nela? Basta olhar para as Big Techs. Mark Zuckerberg tem cerca de 13% da Meta. Jensen Huang mantém quase 4% da Nvidia. Jeff Bezos ainda carrega algo perto de 8% da Amazon. Não é só liderança, é pele em jogo.
Na Microsoft, Steve Ballmer segue como o maior acionista pessoa física, com cerca de 4,5%. Satya Nadella? Aproximadamente 0,01%, muito menos. Mas em uma companhia que já nasceu gigante, tamanho raramente conta mais do que execução e visão. Já na Apple, Tim Cook tem algo perto de 0,02%. Pequeno no percentual, enorme no impacto.
Esses números contam uma história simples: quem constrói valor de verdade não lidera apenas com discurso, e sim com equity. Tanto nos fundadores que ainda controlam uma fatia significativa, quanto nos CEOs que herdaram a máquina e continuam multiplicando o valor dela.
Poder, influência e legado no capitalismo têm uma métrica clara: quanto do futuro você apostou em si mesmo. E, no fim, o mercado sempre respeita quem não apenas fala… mas investe na própria crença.







