Existe uma bolha. Mas em que estágio ela está?
Sim, existe uma bolha. Mas talvez ela ainda esteja inflando. A NVIDIA acaba de alcançar uma valorização histórica de US$ 5 trilhões, algo que nenhuma empresa havia sequer se aproximado antes. E ela não está sozinha: Microsoft e Apple já ultrapassaram os US$ 4 trilhões, surfando a mesma onda de otimismo impulsionada pela inteligência artificial. A dúvida não é mais se existe uma bolha, mas em que ponto dela estamos.
Há quem diga que o estouro virá nos US$ 5 trilhões. Outros acreditam que a euforia pode levar a NVIDIA a valer US$ 8 trilhões antes que a gravidade volte a agir. O fato é que ainda estamos nos primeiros minutos da era da IA. A revolução mal começou, e o apetite por chips, datacenters e modelos generativos parece insaciável. A IA deixou de ser promessa para se tornar infraestrutura, e cada nova aplicação gera mais demanda pela base que a sustenta.
Mas o mercado nunca é um jogo de um só jogador. A NVIDIA pode ter o monopólio momentâneo do hardware de IA, mas rivais como AMD, Intel, Huawei e até startups de semicondutores estão avançando rápido. Além disso, gigantes como Amazon, Google e Microsoft estão projetando seus próprios chips, reduzindo a dependência da líder. Esse é o tipo de movimento que, inevitavelmente, pressiona margens e equilibra valuations.
O que estamos vendo é o cruzamento entre duas forças poderosas: o hype tecnológico e a transformação real. O mesmo fenômeno que inflou a bolha das pontocom no fim dos anos 90, mas agora com fundamentos muito mais sólidos, receitas crescentes, uso massivo e impacto prático em todos os setores da economia.
Se a bolha vai estourar ou apenas se ajustar, ninguém sabe. Mas o que é certo é que estamos vivendo um dos ciclos mais fascinantes da história da tecnologia: onde o capital, a inovação e a ambição se misturam em escala global. A próxima fase dessa história, seja ela de correção ou de aceleração, definirá quem serão os verdadeiros gigantes da era da inteligência artificial.



