Tem OpenAI pra todo mundo
A Amazon anunciou que deve investir cerca de US$ 10 bilhões na OpenAI. É um movimento grande, relevante, mas que já não surpreende tanto. A dona do ChatGPT virou um ativo estratégico disputado por várias das maiores empresas de tecnologia do mundo ao mesmo tempo. Algo raro, quase sem precedentes na história recente do setor.
Quem chegou primeiro foi a Microsoft. Ao longo dos últimos anos, a empresa deve ter aportado algo próximo de US$ 13 bilhões na OpenAI, além de integrar profundamente seus modelos aos produtos da casa. Essa antecipação garantiu não só protagonismo tecnológico, mas também uma posição acionária privilegiada.
Depois vieram outros gigantes. A NVIDIA entrou com um acordo que, somando investimentos diretos, créditos e fornecimento estratégico de infraestrutura, pode chegar perto de US$ 100 bilhões em valor econômico total. O SoftBank, que não é uma big tech, mas atua como investidor transversal do ecossistema, também decidiu apostar pesado. As informações públicas indicam compromissos que podem alcançar cerca de US$ 40 bilhões.
A Oracle seguiu por outro caminho. Firmou um contrato de serviços de infraestrutura estimado em US$ 300 bilhões ao longo de cinco anos. Parte desse volume pode ser convertido em participação acionária, o que transforma um acordo comercial em uma porta de entrada no captable da OpenAI. A Disney, por sua vez, entrou como a big tech do conteúdo. Aportou US$ 1 bilhão e liberou o uso de seus personagens, enxergando a IA como uma nova fronteira criativa.
Mesmo com tantos nomes de peso ao redor da mesa, a lógica do mercado permanece simples e implacável: quem chega primeiro bebe água limpa. A Microsoft segue como a principal acionista individual da OpenAI, com cerca de 27% da companhia. Em tecnologia, timing continua sendo tão valioso quanto capital.




