Robô-Policial, Venda do Real Madrid, Seleção de Bebês, Google supera Microsoft e Upload de Memórias
Bom dia. Hoje é dia 24 de novembro. Nessa mesma semana, em 1995, as conversas entre Pixar e Disney tiveram seu ponto de inflexão. Meses depois, Steve Jobs vendeu sua empresa para a criadora do Mickey.
Cães-Robôs na Polícia
Os robôs quadrúpedes da Boston Dynamics, conhecidos como “cães-robôs”, vêm ganhando destaque nas forças de segurança dos EUA. Mais de 60 equipes antibomba e unidades táticas já utilizam esses modelos para tarefas como resgate de reféns, inspeção de bombas e abordagem a suspeitos armados.
Essas máquinas custam um preço alto, iniciando em US$ 100.000. Mesmo assim, o investimento é justificado em operações de risco: no lugar de expor policiais ou cães reais a situações perigosas, o robô pode avançar com sensores, câmeras e transmissão de vídeo para avaliação a distância.
Mas não é só tecnologia e eficiência: a adoção desses equipamentos levanta importantes debates éticos. Críticos alertam para o risco de normalização de operações policiais altamente tecnológicas e as possíveis consequências sobre liberdades civis.
Além disso, há questionamentos sobre transparência: como, quando e sob quais diretrizes esses robôs devem ser empregados? No fim das contas, o uso desses “cães-robôs” representa um complexo balanço entre inovação, segurança e responsabilidade pública.
Teste de Mercado
O Real Madrid está cogitando vender até 5% de participação para um investidor externo com o objetivo claro de entender quanto vale o clube no mercado. Afinal de contas, quem dizem quanto vale algo é o comprador.
Embora o time seja estruturado como uma organização sem fins lucrativos controlada por torcedores - o que impede a negociação de ações tradicionais - essa operação seria feita por meio de uma nova unidade criada especificamente para esse experimento.
O presidente do clube disse que essa alternativa é preferível a uma oferta pública de ações, algo que o Real Madrid não deseja. O movimento ocorre num momento em que clubes e investidores demonstram crescente apetite pelo setor do futebol.
Afinal de contas, os clubes de futebol têm algo que toda empresa deseja: clientes (no caso torcedores) fanáticos. Você pode até trocar de banco, de marca de carro ou de empresa de telefonia. Mas dificilmente vai trocar de clube.
Seleção de Bebês
Uma nova campanha da Nucleus Genomics acendeu um debate pesado no setor de biotecnologia. A startup está promovendo um software que permite aos pais comparar embriões com base em marcadores genéticos, criando um ranking entre mais de 20 embriões e analisando mais de 40 características, de altura e potencial cognitivo a riscos de saúde mental.
A proposta é ousada e imediatamente levanta um sinal: até onde vamos nessa busca por previsibilidade biológica? Críticos argumentam que esse tipo de tecnologia empurra a indústria para o terreno dos “bebês projetados”, algo que por décadas parecia ficção científica, mas começa a ganhar contornos comerciais.
Enquanto isso, outras empresas do setor seguem um caminho completamente diferente. Em vez de apostar na seleção genética humana, focam em branding, marketing digital e soluções de saúde baseadas em IA, onde a tecnologia serve para ampliar diagnósticos, personalizar tratamentos e melhorar decisões clínicas… não para escolher características de futuros filhos.
No fim, o dilema é claro: inovação sem limites pode abrir portas que não sabemos se queremos atravessar. A biotecnologia vive seu momento mais avançado, mas também mais delicado. E a forma como reguladores, empresas e a sociedade vão reagir a movimentos como esse definirá os próximos capítulos da genética humana.
Upload de Memórias
Elon Musk prometeu de novo. Segundo ele, dentro de 20 anos poderemos “fazer upload” da nossa consciência para robôs humanoides. A combinação entre interfaces cérebro-máquina, como o Neuralink, e o robô Optimus abriria caminho para algo impensável: uma versão digital de você continuando a existir depois que o corpo físico parar.
Na entrevista, Musk explicou que essas interfaces poderiam preservar memórias, identidade e padrões de pensamento. Em outras palavras, não seria apenas um backup, seria uma extensão de quem você é, capaz de andar, conversar e interagir como sempre fez, só que em um corpo robótico.
Parece ficção científica, mas Musk trata isso como parte natural da evolução humana. Para ele, a fusão entre IA, biotecnologia e robótica vai redefinir o que significa “existir”, criando novas formas de continuidade da vida.
O Neuralink ainda está nos estágios iniciais, mas o ritmo de avanço é rápido. E se a tecnologia seguir a curva exponencial que estamos vendo em outras áreas, talvez essa ideia de “transferência de mente” esteja mais perto do que imaginamos.
Google supera Microsoft
O Google voltou ao topo. Pela primeira vez em sete anos, a Alphabet superou a Microsoft em valor de mercado. Não é pouca coisa. Desde 2018 isso não acontecia. E quando o mercado faz esse tipo de movimento, ele está dizendo algo bem claro.
A força da IA do Google começou a aparecer. Do lado técnico, o Gemini avança rápido. No ecossistema, o Android recebe modelos cada vez mais nativos. No YouTube, a IA já está guiando recomendação, criação e automação de conteúdo. E no Google Cloud, o crescimento vem puxado justamente IA.
Enquanto a Microsoft construiu seu momento com a OpenAI, o Google passou meses sendo subestimado. Mas agora o mercado parece reconhecer o que sempre foi a especialidade da casa: pesquisa, engenharia profunda e capacidade de escalar modelos em múltiplas frentes ao mesmo tempo.
Se isso é só o começo de um novo ciclo para o Google, ninguém sabe. Mas o sinal está aí: depois de sete anos, a empresa que inventou o buscador moderno volta a ultrapassar aquela que surfou melhor a onda da IA nos últimos dois. A disputa está aberta e o mercado está escolhendo seus favoritos.







