Retorno Espacial, Magalu Big Tech, SBT News e Domínio da Geração Z
Bom dia. Hoje é 15 de dezembro. Nesse mesmo dia, em 1989, a IBM conectou mainframes em rede e mudou silenciosamente a lógica da computação. 36 anos depois, a nuvem deixou de ser opção e virou infraestrutura básica do mundo digital.
O futuro quase sempre nasce invisível, antes de ganhar nome.
Retorno Espacial
Em 2015, o Google apostou cedo. Investiu cerca de US$ 900 milhões na SpaceX, quando a empresa ainda era vista como uma ousadia tecnológica mais próxima da ficção científica do que de Wall Street.
No valuation marcado hoje, em torno de US$ 800 bilhões, essa participação vale aproximadamente US$ 56 bilhões. Um retorno de mais de 60 vezes sobre o capital investido. No papel, claro, mas já impressionante.
Se o IPO esperado acontecer a US$ 1,5 trilhão, essa mesma fatia passaria a valer algo próximo de US$ 105 bilhões. Isso significa transformar US$ 900 milhões em mais de US$ 100 bilhões. Um múltiplo acima de 100x.
Não é só sobre foguetes ou satélites. É sobre visão de longo prazo, paciência e entender que algumas apostas não seguem a lógica do trimestre, mas a da década. O retorno, nesse caso, foi literalmente espacial.
Magalu “Big Tech"
O Magazine Luiza vem acelerando forte sua estratégia em cloud. A Magalu Cloud acaba de comprar uma empresa de IA focada em “vibe coding”, reforçando a aposta em ferramentas que simplificam o desenvolvimento de software, usando IA.
Mas o sinal mais forte veio de outro lugar: a Globo decidiu colocar parte dos seus dados e workloads na Magalu Cloud, dentro de uma estratégia multicloud. Não é pouca coisa. É validação de escala, segurança e confiabilidade.
Quando uma das maiores empresas de mídia do mundo escolhe sua nuvem, o recado é claro. O Magalu está cada vez menos “apenas” no varejo e cada vez mais posicionado como uma empresa de tecnologia, infraestrutura e dados.
Claro que existe uma conexão de longa data entre Globo e Magalu. A varejista é uma das principais anunciantes da emissora brasileira e isso contribui para o negócio de cloud. Mas a Globo só foi pra lá porque o serviço se provou eficiente.
SBT News foca no A e B
O SBT News já estreia com músculo comercial. O novo canal jornalístico do Grupo Silvio Santos entrou no ar oficialmente hoje com nove grandes patrocinadores: JBS, Havan, EMS, Gerdau, TIM, Amil, BYD, BTG Pactual e Cedro.
A proposta do SBT News é clara: oferecer mais de 20 horas diárias de programação jornalística ao vivo, alcançando o público onde estiver, da TV aberta às plataformas digitais e streaming. O novo canal mira um público específico: A e B.
O Grupo S.S. se deu conta de que não atinge o público de alta renda. Essa fatia do mercado é importante para os anunciantes. Então, criar algo intencionalmente para isso é a meta. Os “inimigos” declarados serão CNN e Globo News.
O SBT News não é só mais um canal. É parte do processo de reinvenção do Sistema Brasileiro de Televisão, descendo para outras plataformas, públicos e formatos. É uma aposta que exigirá consistência e resiliência.
Domínio da GenZ
Até 2030, jovens da Geração Z devem representar 58% da força de trabalho global, segundo o Fórum Econômico Mundial. No Brasil, esse peso tende a ser ainda maior, impulsionado pela digitalização e pelo crescimento dos serviços.
Com mais informação, senso crítico e poder de escolha, essa geração não aceita pacotes prontos. Troca de emprego com rapidez quando não encontra coerência entre discurso e prática. Salário é importante, mas não é suficiente.
Benefícios agora significam outra coisa: flexibilidade, saúde mental, aprendizado contínuo, propósito e equilíbrio de vida. É menos sobre “o que a empresa oferece” e mais sobre “como ela respeita o indivíduo”.
Para as empresas, existe uma mensagem clara: atrair e reter talentos jovens exige repensar profundamente o modelo de benefícios. Quem tratar isso como detalhe vai perder gente. Quem entender como estratégia vai ter os melhores.






