OpenAI em Todo Lugar, Big Techs e Bunkers, 99Food Mira o Trono, Microrrobôs na Medicina e Bitcoin no Mainstream
Bom dia! Hoje é 22 de outubro. Neste mesmo dia, em 1962, o mundo viveu a Crise dos Mísseis de Cuba: um lembrete de que tecnologia, poder e geopolítica andam sempre entrelaçados. Em 2025, a disputa já não é apenas por armas ou satélites: é pelo controle dos fluxos de atenção, dados e energia que sustentam a nova ordem digital.
OpenAI como polvo: Atlas, browser e tentáculos em todos os setores
A OpenAI lançou o ChatGPT Atlas, um browser com IA integrado que transforma a empresa numa camada de infraestrutura para navegação, busca e automação de tarefas na web.
A ideia é clara: levar o ChatGPT para o centro da experiência online e competir diretamente com o Google Chrome. Atlas traz histórico de navegação para contextualizar respostas e um modo “agent” que tenta automatizar tarefas no browser.
O efeito estratégico é óbvio: quando uma plataforma controla a interface pela qual usuários consomem conteúdo, ela captura atenção, dados e monetização. OpenAI deixa de ser só “fornecedora de modelos” e passa a ser orquestradora de comportamento digital.
Buscas, vídeos, compras e produtividade convergem num mesmo lugar e, agora, num mesmo ecossistema de IA. Para empresas e reguladores, o desafio é duplo: competir e regular uma entidade que já opera como infraestrutura pública privada.
Big Techs e a cultura do bunker: preparação para o “fim dos tempos”
Os chefões das Big Techs parecem estar levando o “backup” para outro nível. Segundo o G1, nomes de peso do Vale do Silício vêm se preparando para o pior: bunkers particulares, reservas de energia, abrigos autossuficientes e planos logísticos em caso de colapso global. Nada de teoria da conspiração — é puro planejamento estratégico.
Por trás dessa aparente paranoia, há uma leitura fria de cenário. Guerras tecnológicas, IA fora de controle, tensões geopolíticas e a crescente dependência digital tornaram a continuidade operacional um ativo tão valioso quanto qualquer inovação. Se os data centers param, o mundo para junto — e ninguém quer ser o primeiro a cair.
Esses preparativos refletem uma tendência curiosa: a elite tecnológica começa a pensar como governos. Estão construindo suas próprias infraestruturas de sobrevivência, criando zonas de redundância e autonomia energética, enquanto o cidadão comum ainda depende de sistemas cada vez mais centralizados.
O mais interessante, porém, é o subtexto: o mesmo grupo que promete “um futuro melhor com tecnologia” também se arma contra esse futuro. Talvez seja apenas a consciência de quem conhece os bastidores do código e sabe o quanto tudo é frágil. A discussão ganhou tração nas mídias locais e redes sociais, ecoando preocupações sobre governança e desigualdade na era da IA.
99Food e a batalha do super-app no Brasil — desafio ao iFood
A 99 tem ambição clara: transformar-se num super-app no Brasil e, a partir daí, dominar a região. Testes e pilotos mostram foco intenso em eficiência logística, integração com fintechs e oferta de serviços além do delivery, mobilidade, pagamentos e assinaturas.
A estratégia é: ser “O” app do cotidiano brasileiro e, com isso, tornar difícil a vida dos concorrentes que mantêm modelos fragmentados. Se a 99 conseguir combinar preço, experiência e escala, o mercado de delivery e serviços urbanos entrará num novo ciclo competitivo.
A aposta é alta, portanto: investimentos milionários foram feitos na empresa que, tem pela frente um gigante a competir: o Ifood. Ao fim, quem ganha com isso é o consumidor, com maior variedade e disponibilidade de custo.
Microrrobôs que entram no corpo: o futuro da entrega de medicamentos
Pesquisas e protótipos de microrrobôs (guiados magneticamente ou por visão) vêm demonstrando capacidade de transportar e liberar medicamentos com precisão em tecidos-alvo — um salto potencial para terapias localizadas e menos efeitos colaterais.
Estudos acadêmicos recentes mostram progressos em navegação, controle e biocompatibilidade que aproximam aplicações clínicas reais.
O impacto potencial na saúde pública é imenso: tratamentos oncológicos, administração de imunoterapias e cirurgias minimamente invasivas podem ser repensados.
Mas a transição clínica tem obstáculos: segurança, escalonamento da fabricação, regulamentação e riscos éticos (controle remoto dentro do corpo, consentimento e possíveis usos dual-use). Em suma, promessa gigantesca — com necessidade clara de governança e testes rigorosos.
Bitcoin: da contracultura à suíte dos grandes investidores
Mesmo após correções de preço, magnatas e gestoras continuam alocando capital em ETFs e produtos institucionais de Bitcoin, consolidando uma trajetória de integração entre cripto e finanças tradicionais.
Fluxos recentes para ETFs mostram que o ativo está sendo tratado cada vez mais como reserva de valor e instrumento de diversificação por players institucionais.
Essa “mainstreamização” reduz volatilidade estrutural do mercado cripto e muda o perfil de risco: a moeda deixa de ser só uma aposta especulativa para virar componente de tesouraria corporativa e carteira de gestoras.
O efeito macro é político-econômico: a adoção institucional amplia legitimação regulatória e empurra bancos e corretoras a desenvolver infraestrutura de custódia e compliance. Em paralelo, fica o debate cultural — parte da comunidade cripto vê isso como domesticação de uma promessa descentralizadora.
Resumo Executivo:
OpenAI Atlas: browser com IA torna OpenAI infraestrutura de navegação e captura de atenção.
Bunkers e big techs: relatos sobre preparação para cenários extremos expõem desigualdade de resiliência.
99Food: aposta em super-app no Brasil reacende guerra de plataformas e debate regulatório.
Microrrobôs: avanços científicos aproximam entregas médicas intra-corpóreas, exigindo governança rigorosa.
Bitcoin institucional: fluxos para ETFs e veículos institucionais consolidam o ativo como reserva de valor mainstream.