Musk Trilionário, Cabos Cortados, Chips da OpenAI, Lente da Amazon, Voo da Hyundai
Bom dia! Hoje é 8 de setembro. Neste mesmo dia, em 1911, nascia Werner von Braun, engenheiro alemão considerado o “pai” da tecnologia espacial. Ele naturalizou-se americano e foi peça fundamental na ida do homem à Lua.
Quando o oceano derruba a nuvem
No fina de semana, cortes em cabos submarinos no Mar Vermelho causaram lentidão no Azure, a plataforma de nuvem da Microsoft, especialmente para conexões entre Ásia, Europa e Oriente Médio.
Embora os serviços não tenham caído (graças ao reroteamento rápido via redes alternativas) o episódio serve como um lembrete poderoso: nossa “nuvem” tem raízes profundas no mar.
Isso mesmo. Cerca de 99 % do tráfego digital global trafega por cabos enterrados no fundo do oceano. Quando essas veias são cortadas (seja por acidente ou falha), a infraestrutura digital inteira balança. No caso do Azure, embora o incidente tenha sido contornado operacionalmente, o risco permanece.
O incidente também escancara o desafio de restaurar essa infraestrutura: reparos podem levar semanas, dada a escassez de navios especializados e o contexto político da região. A lição? É de que todo serviço de nuvem depende muito do que acontece debaixo d’água.
O novo “salário” de Elon Musk
A Tesla acaba de apresentar um plano de remuneração extraordinário para seu CEO, Elon Musk: cerca de US$ 1 trilhão ao longo de 10 anos, condicionado ao cumprimento de metas extremamente ousadas e, em muitos casos, versões diluídas de promessas anteriores.
Entre os requisitos, estão as metas de atingir 1 milhão de robotaxis em operação comercial e produzir 1 milhão de robôs humanoides. Ou seja, muitos dos marcos são reinterpretados e outros são totalmente novos, porém ainda desafiadores.
Analistas e críticos apontam que esse plano é, essencialmente, uma reedição de promessas que Musk fez no passado, mas em cronogramas mais longos e com metas mais acessíveis.
No fim, é movimento para assegurar a permanência de Musk à frente da Tesla, com recompensas colossais atreladas ao desempenho. Resta ver se essas ambições grandiosas serão alcançadas ou apenas reformuladas ao longo de uma década.
A OpenAI vai produzir chips
A OpenAI vai lançar seu primeiro chip de inteligência artificial em 2026, desenvolvido em parceria com a fabricante americana de semicondutores Broadcom, segundo o Financial Times. A ideia é, claramente, baixar o “custo de crescimento".
Esse chip será utilizado internamente e não comercializado, sinalizando uma estratégia clara da empresa para reduzir sua dependência da Nvidia, especialmente diante da demanda explosiva por poder computacional.
O acordo com a Broadcom vem sendo costurado desde 2023, com colaboração também da TSMC na fabricação. Recentemente, a Broadcom confirmou ter fechado mais de US$ 10 bilhões em pedidos de chips de IA, que devem impulsionar significativamente sua receita a partir de 2026.
Esse movimento coloca a OpenAI no mesmo clube de gigantes como Google, Amazon e Meta, todas investindo em chips personalizados para ganhos de eficiência, controle de custos e autonomia tecnológica.
Da câmera ao carrinho de compra
A Amazon lançou o Lens Live, uma evolução da ferramenta de busca visual Amazon Lens, agora com funcionalidade em tempo real. Basta apontar a câmera do smartphone para um objeto e instantaneamente uma faixa com produtos similares disponíveis na Amazon aparece na tela.
A inovação se torna ainda mais poderosa com a integração do assistente de IA Rufus. Enquanto explora os itens reconhecidos pela câmera, o usuário recebe resumos inteligentes, insights sobre o produto e sugestões de perguntas, tudo diretamente na mesma interface.
A ferramenta está disponível nos EUA, mas logo será ampliada. Essa tecnologia reduz a distância entre observar um produto no mundo real e comprá-lo online, acelerando o ciclo de compra por meio de um processo visual e intuitivo.
O Lens Live tem potencial para transformar completamente o e-commerce: ele transforma qualquer objeto visto no mundo físico em uma vitrine digital. Isso cria oportunidades de compra imediata e traz ainda mais conveniência.
Carro voador não decolou
A Hyundai está revendo sua estratégia no setor de “carros voadores” após a pausa anunciada pela Supernal, sua startup de eVTOLs. A decisão veio na esteira das saídas do CEO Jaiwon Shin e do CTO David McBride, dois nomes centrais do projeto.
Nos últimos meses, a empresa já havia reduzido cerca de 5% do time e transferido a sede global de Washington para Irvine, na Califórnia. Agora, a nova liderança assume a missão de redefinir os próximos passos.
O plano inicial previa voos demonstradores em breve e um serviço comercial em 2028, com aeronaves elétricas de cinco lugares. Com a revisão estratégica, esse cronograma deve ser recalculado.
A movimentação reflete um momento turbulento no setor de mobilidade aérea avançada, em que várias startups enfrentam desafios técnicos e financeiros. A Hyundai sinaliza que prefere ajustar sua rota antes de seguir em frente.