Miopia da Apple, Meli 50%, Seguro da Tesla e Cidade da Toyota
Bom dia! Hoje é 6 de outubro. Nesse mesmo dia, em 1979, a Sony lançava o Walkman fora do Japão. O icônico toca-fitas portátil revolucionou a forma de consumir música, mudou hábitos culturais e marcou o início da era da música individual e móvel, abrindo caminho para o iPod e o streaming.
O “ajuste de visão” da Apple
A Apple errou o timing com o Vision Pro? Caro, pesado e sem apelo prático, o headset não encontrou espaço no mercado, enquanto o entusiasmo pela realidade mista esfriava. Tim Cook apostou alto em um produto de nicho quando o público buscava algo leve, acessível e integrado ao dia a dia.
Enquanto isso, a Meta acertou em cheio. Com os óculos Ray-Ban Meta, combinou estilo, conectividade e utilidade imediata. O resultado foi um sucesso orgânico e uma lição de que o futuro da tecnologia vestível passa mais pela conveniência do que pela complexidade.
Diante disso, a Apple recuou. O projeto de um novo Vision Pro foi deixado de lado, e os esforços migraram para os óculos inteligentes, agora prioridade máxima. Tim Cook parece ter entendido: antes de reinventar o futuro, é preciso conquistar o presente. E os óculos, não o headset, serão o novo campo de batalha.
Mercado Livre é dono da metade
O Mercado Livre está bem próximo de controlar metade de todo o e-commerce brasileiro, um domínio que reflete uma combinação poderosa de muitas coisas: logística, alcance, tecnologia, presença digital e reputação.
Estima-se que o Mercado Livre venda R$ 183 bilhões este ano. O ritmo do e-commerce no Brasil deve atingir R$ 414 bilhões. Isso significa que o Mercado Livre sozinho representa quase 45% do varejo online do Brasil.
Isso não é obra do acaso ou do atraso, por assim dizer, dos concorrentes. O Meli investiu pesado para chegar aqui e fez uma combinação que ninguém conseguiu (talvez no mundo) na mesma potência: unificar o varejo ao braço financeiro.
O Mercado Livre virou sinônimo de entrega rápida, preço baixo, boa experiência de uso e serviços financeiros competitivos. E, claro, conseguiu atrair muitos talentos para a companhia, transpirando inovação, jovialidade e ambição.
O “primeiro tempo” desse jogo é do Mercado Livre. Todos os concorrentes disputam a outra metade. Só não podem se esquecer que o Meli também joga o segundo tempo. E, ao invés de diminuir o ritmo, parece ganhar ainda mais fôlego.
Seguro, pero no mucho
A divisão de seguros da Tesla está sob investigação pelo departamento de seguros da Califórnia, acusada de atrasos “escandalosos” e falhas sistêmicas no tratamento de sinistros. A companhia sempre se vangloriou de atender bem nessa área.
Segundo os reguladores, a empresa tem ignorado prazos legais, negado reivindicações sem justificativa adequada e causado prejuízo financeiro e estresse emocional aos clientes, piorando ainda mais sua imagem.
Desde 2022, o órgão regulador notificou repetidamente a Tesla sobre essas práticas, mas os problemas só cresceram: em 2025, já foram mais reclamações válidas do que nos três anos anteriores juntos.
Caso seja alvo de sanções, a Tesla pode enfrentar multas pesadas, até US$ 5.000 por ato ilícito individual ou US$ 10.000 por ação “proposital”. Parece que a experiência fluida que a Tesla sempre prometeu está derrapando na curva.
Toyota inaugura “cidade do futuro".
A Toyota inaugurou a Woven City, uma cidade futurista construída pela montadora, ao custo de US$ 10 bilhões. Ela fica nos pés do Monte Fuji e servirá como um “laboratório vivo” para explorar tecnologias em diversas frentes.
Os 300 primeiros residentes são, em sua maioria, pesquisadores e funcionários da Toyota. O terreno escolhido foi um antigo complexo fabril da empresa, transformado num campo de experimentação urbana integrada.
A cidade é dividida em três tipos de vias: uma exclusiva para pedestres, outra para veículos pessoais elétricos, e uma terceira destinada a carros autônomos. Tudo isso interligado com infraestrutura subterrânea para delivery e logística.
As residências são “casas inteligentes”, onde sensores, robôs e sistemas de energia trabalham de forma integrada. Cada morador é um “experimento ambulante” no uso destas tecnologias. Outras empresas, institutos e startups podem também firmar parcerias para testar suas soluções na “cidade do futuro".