AMD e OpenAI em Mega-Contrato, Califórnia Regula IA, Bitcoin X Moedas Tradicionais, O Consumo com IA e iFood sob Investigação
Bom dia! Hoje é 6 de outubro. Nesta mesma data, em 1889, nasceu Charles-Édouard Jeanneret-Gris, mais conhecido como Le Corbusier, arquiteto e urbanista que redefiniu a forma como pensamos cidades e habitação moderna. Assim como ele, que moldou sociedades com concreto e aço, hoje vemos empresas e governos tentando moldar o futuro com chips, algoritmos e moedas digitais.
AMD abastece OpenAI com poder computacional inédito
A AMD fechou um contrato bilionário para fornecer 6 GW de capacidade computacional à OpenAI, em um acordo estimado em dezenas de bilhões de dólares.
Esse movimento marca uma virada significativa: a OpenAI, que até então era quase inteiramente dependente da Nvidia, agora diversifica sua base de hardware para manter a escalabilidade de seus modelos de inteligência artificial. Para a AMD, trata-se de consolidar-se como a principal rival em um setor onde a concentração de mercado da Nvidia é uma preocupação global.
O impacto vai além da tecnologia. Esse fornecimento massivo representa a formação de uma nova infraestrutura crítica, comparável a gasodutos ou linhas de energia no século XX. Governos, mercados financeiros e empresas de diferentes setores passam a depender de forma direta ou indireta desses chips para inovar e competir.
A aliança AMD–OpenAI não apenas fortalece a posição dos EUA como centro do poder computacional global, mas também levanta a questão de até que ponto a concentração de infraestrutura digital em solo americano pode se transformar em instrumento de pressão geopolítica.
A regulação da IA entra em cena sem travar inovação
A Califórnia aprovou uma nova lei de segurança em IA, demonstrando que regulação e inovação não precisam ser forças antagônicas. A legislação estabelece parâmetros de transparência, testes de risco e responsabilidade corporativa, com a intenção de reduzir o potencial de danos sociais sem comprometer a velocidade de avanços tecnológicos.
Esse movimento é simbólico por vir do berço do Vale do Silício, e pode servir de referência para outros estados e países que enfrentam o dilema entre fomentar inovação e proteger cidadãos.
Se bem-sucedida, a lei californiana pode inaugurar um novo modelo regulatório híbrido: permitir que gigantes da tecnologia mantenham seu ritmo de crescimento, mas obrigando-os a internalizar parte dos custos sociais associados a suas criações.
Para investidores, trata-se de um teste crucial: a inovação “regulada” pode ser vista tanto como risco de maior custo operacional quanto como oportunidade de estabilidade institucional.
Bitcoin: a moeda soberana do indivíduo
O Bitcoin voltou a romper barreiras históricas, alcançando US$ 125.000 e consolidando sua posição como uma das principais alternativas de reserva de valor no cenário de instabilidade cambial.
A queda simultânea do dólar e do iene reforça o apelo da criptomoeda como ativo anticíclico e resistente a manipulações estatais. O movimento foi acompanhado pelo ouro, criando um paralelo claro entre o metal precioso e a “moeda digital forte, escassa e soberana”.
No entanto, enquanto o ouro depende de custódia física e logística internacional, o Bitcoin pode ser armazenado de forma autônoma, sob o controle direto do indivíduo, em carteiras digitais seguras.
Esse elemento altera a lógica de poder econômico: cidadãos e empresas podem proteger patrimônio fora do alcance de políticas monetárias inflacionárias ou intervenções estatais.
O fortalecimento do Bitcoin, portanto, não é apenas um fenômeno de mercado, é também um teste político e institucional para bancos centrais, que podem perder relevância caso a adoção avance em escala global.
Compras online com inteligência artificial: da vitrine ao algoritmo
A Adobe projeta que as compras online assistidas por IA vão crescer 520% durante as festas de fim de ano nos EUA. A tendência é simples de entender: consumidores, diante de algoritmos cada vez mais refinados, receberão recomendações hiperpersonalizadas, desde a escolha de roupas até sugestões de presentes.
O consumo deixa de ser apenas uma decisão humana e passa a ser cada vez mais mediado por sistemas que conhecem preferências com precisão inquietante.
Esse avanço traz ganhos claros de eficiência e conveniência, mas também cria novos dilemas. Ao mesmo tempo em que acelera o comércio eletrônico, consolida ainda mais o poder de grandes plataformas capazes de coletar e processar dados em larga escala.
Há, ainda, um componente psicológico e social: consumidores poderão perder parte de sua autonomia de escolha, trocando a decisão consciente por um fluxo de consumo guiado por algoritmos. Para o varejo tradicional, o desafio é sobreviver em um mercado onde o “shopping center digital” é cada vez mais controlado por poucos atores tecnológicos.
O cerco ao monopólio digital: iFood na mira do CADE
A Abrasel ingressou com ação contra o iFood no CADE, acusando a empresa de práticas anticompetitivas que sufocam restaurantes independentes e limitam a concorrência no setor de delivery.
O caso é particularmente relevante porque o iFood controla a maior fatia desse mercado no Brasil, transformando-se em um verdadeiro “gatekeeper digital” entre consumidores e estabelecimentos.
Se o processo avançar, o Brasil pode viver uma reconfiguração do setor de delivery semelhante à que ocorreu na Europa com as big techs. Isso abriria espaço para maior diversidade de plataformas e maior liberdade para restaurantes negociarem.
Ao mesmo tempo, coloca em pauta um tema central: até que ponto a concentração de poder em plataformas digitais deve ser combatida por órgãos reguladores, e como equilibrar inovação tecnológica com a preservação de um mercado competitivo e saudável para pequenos negócios.
Resumo Executivo:
AMD e OpenAI selam contrato bilionário, consolidando poder americano em chips e IA.
Califórnia mostra que regulação pode caminhar junto com inovação.
Bitcoin reafirma narrativa de moeda forte e soberana em meio à fragilidade fiat.
Adobe prevê explosão no consumo digital mediado por IA, redefinindo escolhas do consumidor.
iFood sob investigação antitruste, desafiando seu modelo de superplataforma.