A Nvidia agora é o banco da IA
Musk precisava de GPUs. Jensen Huang construiu um banco para ele.
Essa é, em essência, a história do que está acontecendo entre a NVIDIA e a xAI - e o que simboliza o novo modelo de poder na era da Inteligência Artificial. A maioria das manchetes noticiou que a NVIDIA “investiu” na empresa de Elon Musk. Mas o que quase ninguém percebeu é que esse investimento não foi tradicional, e sim arquitetado como uma estrutura de dominação vertical.
A NVIDIA não aplicou diretamente na xAI. Ela financiou um SPV, um veículo de propósito específico que compra chips NVIDIA, aluga para a xAI e é capitalizado com US$ 7,5 bilhões em equity e mais US$ 12,5 bilhões em dívida. Ou seja, estamos falando de uma operação de US$ 20 bilhões que garante a Musk o acesso a poder computacional praticamente ilimitado, sem precisar diluir sua empresa. E, ao mesmo tempo, garante à NVIDIA mais uma linha bilionária de receita e influência.
Essa não é uma aposta de risco. É engenharia financeira. Jensen Huang entendeu que, se a IA é o novo petróleo, os chips são os barris e os data centers, as refinarias. Só que agora, ele criou também o banco que financia os poços.
Hoje, a NVIDIA tem participações ou estruturas financeiras com gigantes como OpenAI, Databricks, CoreWeave, Hugging Face, Runway, xAI e Scale AI, entre outras. É como se o ecossistema inteiro de IA global orbitasse em torno dela, dependente não apenas da sua tecnologia, mas também do seu crédito e da sua infraestrutura.
O que antes era uma empresa de chips agora é um império financeiro-tecnológico. Jensen Huang não é mais apenas o CEO da NVIDIA, é o banqueiro supremo da inteligência artificial. O homem que não só fornece os motores da nova economia, mas também financia quem ousa pilotá-los.
No fim das contas, a NVIDIA não quer ser apenas a fornecedora da IA. Ela quer ser o banco central da computação moderna. E talvez, olhando de perto, o mundo já esteja rodando sob a sua moeda: os chips.