Uber Aposta nos Robôs, Trump Mira o Pix, Amazon Demite, Agente GPT e o Futuro da Apple
Bom dia! Hoje é 18 de julho. Neste mesmo dia, em 1968, nascia Nelson Mandela no vilarejo de Mvezo, na África do Sul. A data, hoje celebrada mundialmente, nos lembra da importância da coragem para transformar sistemas inteiros: seja na política, seja na tecnologia.
Uber acelera nos RoboTáxis
A Uber deu um passo ambicioso ao anunciar um investimento milionário de US$ 300 milhões na Lucid Motors e na Nuro para desenvolver um serviço de RoboTáxis. A Lucid entra com a engenharia de ponta em elétricos; a Nuro, com sua expertise em robôs autônomos de entrega. O plano? Criar um ecossistema completo de transporte sem motoristas para entrega e mobilidade urbana.
A movimentação escancara uma tendência: as Big Techs e grandes players de mobilidade estão se consolidando como arquitetos do futuro urbano. Ao internalizar essa cadeia, a Uber tenta reduzir sua dependência de motoristas humanos, o que pode alterar profundamente a dinâmica de trabalho no setor. Espera-se uma mudança também no modelo regulatório, com cidades pressionadas a adaptar legislações para acomodar carros sem motorista.
A Uber sinaliza que, no xadrez da mobilidade, o movimento agora é de xeque.
PIX incomoda Trump e entra no tabuleiro geopolítico
O Pix entrou oficialmente na mira do governo norte-americano. Um processo aberto pelo Departamento de Comércio dos EUA, a pedido do presidente Donald Trump, investiga se o sistema brasileiro de pagamentos instantâneos configura “prática desleal de comércio”. A alegação é de que o Pix, sendo gratuito para pessoas físicas e gerido por um banco central estatal, cria uma distorção de mercado que prejudica empresas americanas no setor financeiro e de tecnologia.
Para empresas como Visa, Mastercard e PayPal, esse movimento ameaça décadas de domínio sobre a infraestrutura de pagamentos. Já para o governo Trump, a popularização de um sistema estatal, gratuito e baseado em código aberto fere diretamente os interesses do “livre mercado”.
Independentemente do desfecho, o ataque ao Pix é mais do que disputa comercial. É um embate entre visões de mundo: de um lado, inovação estatal e acessível; do outro, hegemonia privada e rentável. E quem pode pagar o preço dessa disputa é o próprio usuário — tanto no Brasil quanto no resto do mundo.
IA acelera cortes de empregos e reformula o futuro do trabalho
A Amazon anunciou novos cortes na divisão de computação em nuvem, somando-se à longa lista de empresas como Google, Meta e Salesforce que vêm reduzindo pessoal desde 2023. O motivo recorrente? Otimização via IA. A ironia é cruel: à medida que empresas ficam mais eficientes com inteligência artificial, menos gente é necessária.
Esse movimento aponta para um redesenho estrutural do mercado de trabalho. Funções operacionais estão desaparecendo, enquanto tarefas criativas, de engenharia e supervisão de sistemas ganham relevância. O problema é a velocidade da transição: há um hiato entre quem perde o emprego e quem consegue se requalificar.
Para os países em desenvolvimento, o alerta é mais forte. Sem planos nacionais de requalificação e modernização da educação, o "gap" de empregabilidade pode se tornar um abismo social. A eficiência é bem-vinda, mas é preciso garantir que o progresso não seja excludente.
OpenAI apresenta Agente Geral
A OpenAI lançou ontem um agente de inteligência artificial multifuncional dentro do ChatGPT. Diferente dos comandos manuais usuais, esse novo sistema opera com maior autonomia: identifica tarefas, toma decisões, consulta fontes externas, executa operações e gera respostas completas sem intervenção humana direta.
Na prática, isso significa que estamos mais próximos de assistentes que não apenas "respondem" perguntas, mas executam workflows complexos. A fronteira entre humano e máquina está se tornando cada vez mais operacional, o que pode alterar estruturas de trabalho em várias indústrias, da consultoria à logística.
A OpenAI, mais uma vez, está expandindo os limites da tecnologia mais rápido do que o mundo consegue acompanhar.
Tim Cook de saída?
A Apple vem enfrentando pior desempenho de mercado entre as big techs. Em 2025, suas ações já recuaram 15%. A razão? Uma percepção crescente de que a empresa está ficando para trás na corrida da inteligência artificial, enquanto rivais como Google, Meta, Amazon, Microsoft e NVIDIA avançam em ritmo acelerado.
Esse mau desempenho não está restrito às bolsas. Ele acende um alerta estratégico. Afinal, estamos falando da Apple: uma das marcas mais valiosas do mundo, ícone de inovação, e símbolo do design aliado à tecnologia. Mas o mercado já não vê isso como suficiente. Com o crescimento exponencial da IA — hoje um pilar estratégico de qualquer empresa de tecnologia — a ausência de movimentos relevantes da Apple nesse campo tem causado frustração entre investidores e analistas.
A consequência direta é a pressão sobre Tim Cook, que ocupa o cargo de CEO desde 2011. Ele é hoje o CEO há mais tempo no comando de uma big tech. Em comparação, Sundar Pichai assumiu o Google em 2015, Satya Nadella lidera a Microsoft desde 2014, Andy Jassy está à frente da Amazon desde 2021, enquanto na Meta e NVIDIA os fundadores ainda estão no leme. No Vale do Silício, os bastidores fervem com apostas de que John Ternus, atual vice-presidente de engenharia de hardware, pode ser o próximo nome a assumir a Apple.
Será que a terceira maior empresa do mundo está pronta para o futuro, ou chegou a hora de uma nova liderança conduzir o próximo salto?