Tesla Caindo, Trump vs Musk, Robotáxis Avançando, Microsof Cortando e Banco Central Roubado
Bom dia! Hoje é 3 de julho. Neste mesmo dia, em 1883, nasceu Franz Kafka — autor que desvendou, como poucos, a angústia do homem moderno diante da burocracia e do poder abstrato. Em tempos de inteligência artificial, automação e hiperconectividade, talvez estejamos todos vivendo a nossa própria metamorfose digital.
Tesla em declínio: inovação não sustenta mais as vendas
A Tesla divulgou sua pior performance em anos: queda de 13% nas vendas no segundo trimestre e projeção de retração anual. É o segundo ano seguido de declínio. A empresa de Elon Musk, que já simbolizou o ápice da inovação automotiva, agora enfrenta concorrência brutal — especialmente de montadoras chinesas como BYD — além da saturação do mercado de elétricos em regiões como Europa e EUA.
O problema não é apenas comercial, mas de percepção. Os consumidores estão reavaliando a proposta da Tesla diante de preços altos, promessas não cumpridas (como o Cybertruck em larga escala) e o avanço dos robotáxis concorrentes. Com margens apertadas e queda no market share, o brilho da Tesla já não cega como antes.
Esse cenário ameaça também o domínio narrativo de Musk como principal voz da disrupção automotiva. A Tesla, que sempre operou com múltiplos de mercado muito acima da média, pode agora sofrer reprecificação severa, afetando o ecossistema de inovação financiado pelo seu carisma e pelo seu valuation.
Trump e Musk em rota de colisão
A tensão entre Donald Trump e Elon Musk saiu dos bastidores e virou guerra pública. O pivô? O “Big Beautiful Bill”, aprovado no Senado com uma vitória republicana. O pacote inclui cortes de subsídios para veículos elétricos e um reposicionamento fiscal que Trump considera “pró-indústria tradicional”. Musk, por sua vez, chama a proposta de "retrógrada" e "inimiga da inovação americana".
É o embate entre o populismo protecionista e o tecnoglobalismo libertário. Musk defende mais abertura e incentivos à disrupção; Trump quer proteger empregos industriais e combater o que chama de “agenda verde ideológica”. O resultado é que Tesla e SpaceX (ambas grandes receptoras de contratos e incentivos federais) podem ser diretamente impactadas por um corte de apoio do governo.
Além do aspecto econômico, o conflito sinaliza um novo alinhamento político: as big techs, antes cortejadas por governos, agora se tornaram centros autônomos de poder que incomodam tanto a esquerda quanto a direita. Musk, que flertava com apoio a Trump, agora enfrenta seu desdém, e talvez, a retaliação de uma máquina estatal cada vez mais impaciente com bilionários dissidentes.
Robotáxis ganham tração: Waymo levanta US$ 1,2 bilhão com apoio da Uber
A Moove, apoiada pela Uber, está levantando US$ 1,2 bilhão em dívida para financiar uma nova frota de robotáxis operada com tecnologia Waymo — braço de carros autônomos da Alphabet. O investimento sinaliza que a promessa de carros sem motorista está deixando o laboratório e entrando nas ruas com força total.
Ao contrário da Tesla, que apostou em soluções exclusivas e uma transição liderada por hardware proprietário, Waymo e Uber apostam em infraestrutura compartilhada, parcerias e escalabilidade modular. O modelo é claro: transporte como serviço, não como produto. O usuário se torna passageiro de uma IA, e não mais dono de um carro.
Esse movimento pode redefinir o conceito de mobilidade urbana. A frota de robotáxis será altamente conectada, energeticamente eficiente e otimizada por algoritmos que entendem padrões de tráfego, demanda e segurança. A guerra pela rua agora é entre os dados, não mais entre os motores. E Uber, que já conhecia o mercado humano, quer agora dominar também o mercado autônomo.
Microsoft corta mais 9 mil: o avanço da IA acelera a extinção de funções médias
A Microsoft anunciou uma segunda onda de demissões em massa: 9.000 funcionários a mais serão desligados, sobretudo nas áreas de vendas e operação. O motivo não é queda de receita: é eficiência algorítmica. A empresa está reestruturando departamentos inteiros, substituindo funções repetitivas por ferramentas de IA generativa e copilotos digitais.
Esse corte amplia a tendência iniciada por Amazon, Google e outras big techs: o centro de gravidade das grandes corporações está migrando para equipes enxutas, com suporte de modelos de linguagem que fazem desde atendimento até pré-vendas, relatórios e suporte técnico. O “colarinho branco médio” tornou-se substituível.
Hack em sistema do Banco Central acende alerta
Um ataque hacker a uma empresa parceira do Banco Central brasileiro resultou em um roubo estimado em R$ 1 bilhão. O incidente levanta não apenas dúvidas sobre a segurança cibernética do sistema bancário tradicional, mas reacende o debate sobre o papel das criptomoedas como reservas de valor mais seguras.
Coincidentemente, ou não, o ETF de Bitcoin da BlackRock superou, pela primeira vez, a receita de seu ETF de S&P 500, mostrando que o mercado está, sim, reavaliando o papel do BTC em carteiras institucionais. Com o dólar em declínio relativo e a inflação corroendo moedas fiduciárias, o Bitcoin ganha força como ativo antifrágil.
O episódio brasileiro, somado ao avanço dos modelos de criptoativos programáveis, reforça um novo imaginário financeiro: o dinheiro do futuro precisa ser soberano, auditável e resistente à censura — características que os sistemas bancários legados, mesmo com firewalls e regulação, já não conseguem garantir plenamente.