Samsung em Alta, Altman Alerta, Meta Reage, A IA Chinesa Avança, PayPal e Terras Raras do Brasil
Bom dia! Hoje é 29 de julho. Nesta mesma data, em 1958, o Congresso dos Estados Unidos criava a NASA, agência que impulsionaria não apenas a corrida espacial, mas também décadas de inovações tecnológicas com impactos na vida civil. Hoje, quem assume o protagonismo da transformação global são empresas de chips, gigantes da IA, big techs e... minérios brasileiros.
Tesla e Samsung decolam com chips de IA
A Tesla vive um momento decisivo — e não está sozinha nessa jornada. Em um movimento que pode redefinir sua atuação no mercado de veículos autônomos e inteligência artificial, a montadora de Elon Musk assinou um contrato bilionário com a Samsung, no valor de US$ 16,5 bilhões, para o fornecimento de chips de ponta voltados à IA. A informação foi confirmada pela imprensa sul-coreana e fez as ações da Samsung dispararem 5% nesta segunda-feira, refletindo o entusiasmo dos investidores com a nova demanda tecnológica.
O acordo posiciona a Samsung como fornecedora-chave de semicondutores para a Tesla, especialmente em um momento em que a empresa automotiva aposta pesado no projeto Full Self-Driving (FSD). A Tesla, que já enfrenta críticas e ceticismo em relação à real eficácia do seu sistema atual, vê nos chips sul-coreanos uma oportunidade de elevar a performance de seus modelos e reduzir sua dependência da Nvidia, concorrente direta da Samsung no setor.
No entanto, o momento é de tensão nos bastidores da Tesla. Em entrevista à Bloomberg, o vice-presidente de engenharia, Lars Moravy, declarou que a companhia está em um “grande momento de virada”. Segundo ele, há um risco real: “Ou dá certo, ou não vamos conseguir atingir os objetivos”, disse, referindo-se aos desafios técnicos e logísticos de entregar um carro acessível e com tecnologia realmente autônoma.
Por trás desse movimento, está um jogo estratégico que envolve muito mais do que carros: envolve o futuro da IA embarcada, a cadeia global de semicondutores e a corrida por supremacia computacional. O acordo com a Samsung é, ao mesmo tempo, uma alavanca tecnológica para a Tesla e um recado ao mercado: a era da IA sobre rodas está só começando — e os players que quiserem sobreviver precisarão apostar alto.
China desafia OpenAI com novo modelo de IA open-source
A Zhipu AI, considerada uma das principais rivais chinesas da OpenAI, está prestes a lançar um novo modelo de IA de código aberto. O movimento não é apenas técnico, é político e estratégico. Ao abrir seu modelo, a empresa busca atrair desenvolvedores globalmente, ampliar sua influência e desafiar a hegemonia ocidental em inteligência artificial. Vale lembrar: enquanto o Ocidente avança com modelos fechados e controlados por poucos, a China aposta no open-source como ferramenta de soft power tecnológico.
Esse cenário global está se tornando um tabuleiro geopolítico de IA, com cada país ou bloco tentando moldar os padrões, as licenças e os limites éticos da nova era cognitiva. A abertura da Zhipu é uma jogada ousada, e pode atrair desde entusiastas da transparência até governos interessados em escapar da dependência dos EUA.
A guerra por engenheiros de IA se intensifica
A Meta acaba de anunciar Shengjia Zhao como cientista-chefe de sua nova unidade de “IA Superinteligente”. A escolha marca um passo decisivo na reestruturação da empresa frente à nova era da AGI (Inteligência Artificial Geral). Zhao tem perfil acadêmico e técnico, com passagens por Stanford e DeepMind — e a nomeação mostra que a Meta está apostando alto em pesquisa de ponta, não apenas produtos comerciais.
Ao mesmo tempo, cresce uma disputa global por talentos em IA. Startups, big techs e governos estão disputando à unha engenheiros especializados, muitas vezes com ofertas milionárias. O mercado está aquecido como nunca: “engenheiro de IA é o novo ‘petróleo’ da economia digital”. Empresas brasileiras que desejarem competir nesse cenário precisarão não só pagar bem, mas oferecer projetos desafiadores e éticos.
ChatGPT não é psicólogo — e seus dados não são privados
Sam Altman, CEO da OpenAI, fez um alerta inusitado, mas importante: o ChatGPT não oferece sigilo terapêutico. Se você usa o chatbot como terapeuta — algo que muitos jovens têm feito — saiba que os dados podem ser analisados e não estão protegidos por leis de confidencialidade médica. Isso levanta debates delicados sobre a medicalização da IA e os limites do uso de algoritmos em contextos sensíveis como saúde mental.
Essa dependência crescente da IA para tarefas humanas e íntimas aponta para um novo problema da era digital: a terceirização emocional para máquinas. Se por um lado isso mostra o quanto os sistemas estão avançados, por outro, evidencia o abandono institucional de políticas públicas de saúde — e a confusão ética dos limites da tecnologia no autocuidado.
PayPal vai liberar pagamento com cripto para comerciantes
O PayPal anunciou que irá lançar um recurso que permite que comerciantes aceitem pagamentos diretamente em criptomoedas. A medida representa uma guinada importante: de simples especulação para uso cotidiano das moedas digitais. Apesar das limitações regulatórias, esse passo da PayPal aproxima o uso de cripto do mainstream financeiro, gerando um efeito rede que pode forçar bancos, bandeiras de cartão e fintechs a se adaptarem.
Na prática, isso acelera a transição para um sistema de pagamentos descentralizado — onde a confiança se desloca de instituições para códigos. Ao mesmo tempo, reaquece os debates sobre volatilidade, segurança e rastreabilidade. O movimento da PayPal é um marco silencioso: cripto não é mais brincadeira de nerds libertários — é infraestrutura financeira em construção.
Brasil triplica exportações de terras raras para a China
As exportações brasileiras de terras raras para a China triplicaram em 2025, consolidando o país como fornecedor estratégico desses minerais essenciais para baterias, chips, motores elétricos e tecnologias de defesa. O Brasil detém cerca de 20% das reservas globais conhecidas, mas sua exploração ainda engatinha. Agora, com a explosão da demanda e o interesse geopolítico, o cenário muda.
Esse crescimento traz oportunidades imensas, mas também riscos. A dependência chinesa pode colocar o Brasil em posição delicada, sobretudo se os EUA e a União Europeia pressionarem por “diversificação de fontes”. Além disso, há o desafio ambiental: a mineração de terras raras é intensiva, tóxica e pouco regulamentada no país. O Brasil precisa decidir se será apenas fornecedor bruto ou player industrial estratégico dessa nova era de inovação mineral.