Ozempic na Dinamarca, Justus na Construção, Robôs do Alibaba, Carro da Huawei e Anos Dourados
Bom dia! Hoje é 15 de setembro. Nesse mesmo dia, lá em 2008, o banco Lehman Brothers, um dos mais tradicionais de Wall Street, declarou falência. Esse evento marcou o ponto mais crítico da crise financeira e mudou para sempre a regulação e a gestão de riscos no sistema bancário.
Ozempic gera crise na Dinamarca
É impressionante como um único produto pode impactar mercados e até economias inteiras. O Ozempic, fabricado pela Novo Nordisk, impulsionou a economia da Dinamarca nos últimos anos, fazendo o PIB do país decolar.
Contudo, com a crescente concorrência no mercado de canetas emagrecedoras, as vendas do Ozempic caiu bastante. E como a economia da Dinamarca ficou dependente desse produto, o país inteiro vem sofrendo.
A Novo Nordisk demitiu 9 mil pessoas na última semana (cerca de 11% dos funcionários). O principal motivador disso é o crescimento do Mounjaro, da farmacêutica americana Eli Lilly, que domina o mercado.
Alguns países já passaram por esse mesmo efeito de dependência de um único produto. A “vítima” mais conhecida foi a Finlândia, que por muitos anos dependeu do sucesso da Nokia. Quando o iPhone apareceu, a economia inteira sofreu.
Roberto Justus no Minha Casa, Minha Vida
Desde que saiu do mercado publicitário, nada prendeu mais a atenção de Roberto Justus quanto o mercado de construção civil. Ele investiu lá atrás na SteelCorp, uma empresa de construção industrial, que usa muita tecnologia no processo.
A SteelCorp transforma a construção em uma linha de montagem de fábrica, como acontece com carros ou celulares. A diferença é que, em vez de o produto final sair da fábrica inteiro, as peças saem prontas e são montadas no terreno.
Isso faz com que grandes galpões ou casas pequenas sejam construídas em um tempo muito menor, com menor custo e menor desperdício de material. E é com esses argumentos que Roberto Justus quer ser o “rei” do Minha Casa, Minha Vida.
A nova fábrica da empresa pode construir as partes da casa em 1 ou 2 dias. Depois, tudo é levado para o terreno, onde finalmente as peças se unem e a casa fica pronta. O prazo total chega a ser de até 85% menos tempo do que no processo normal.
A Era de Ouro da Robótica
Estamos entrando numa era de ouro para startups de robótica (e não é só por causa da IA). Os custos de hardware, sensores, baterias e softwares auxiliares caíram bastante, o que torna mais viável construir robôs úteis. Além disso, o mercado amadureceu: fundadores e investidores aprenderam muito com falhas anteriores.
Há alguns anos, muitos desses projetos ficavam estagnados na fase de protótipo ou em laboratórios. Mas gradualmente foi surgindo clareza sobre quais aplicações realmente importam: automação em fábricas e armazéns, assistência em saúde, operação em ambientes perigosos ou repetitivos. Não é mais teoria, é produto.
O que empurra esse momentum além da IA é a combinação: hardware melhor e mais barato, redes neurais mais competentes, modelos de aprendizado que lidam melhor com o mundo físico fora dos ambientes controlados. Empresas sabem agora que “robôs na fábrica” ou “robôs para cuidar de tarefas repetitivas” têm mercado real.
Por falar em robôs, chegou a vez da Alibaba
A gigante Ant, controlada por Jack Ma (fundador do Alibaba), apresentou em Xangai seu primeiro robô humanoide chamado R1. Mais conhecida pelo sistema de pagamentos digitais Alipay, a empresa agora mira ação direta no setor de robótica, para diversificar suas operações além do mundo financeiro.
O R1 foi projetado para desempenhar funções práticas do dia-a-dia: guia de turismo, assistente em farmácias, auxílio em serviços de saúde, ou até tarefas básicas de cozinha. O foco principal não é tanto o hardware sofisticado, mas sim o “cérebro”, ou seja, o software e a IA que vai dar autonomia ao robô.
Parte da estratégia da Ant é construir seu próprio grande modelo de linguagem, o BaiLing, e usar chips fabricados localmente, tentando assim reduzir a dependência de tecnologia estrangeira. Há também colaboração com empresas chinesas que fornecem partes do chassi e dos módulos das juntas do robô.
O sinal aqui é claro: quando todas as big techs, sejam elas americanas ou chinesas, começam a colocar muito dinheiro em robôs, é um indício claro de que essa indústria será gigante, num espaço de tempo muito curto. É bom ficar de olho.
Huawei e o sucesso dos seus carros
Hoje eu conheci pessoalmente esse carro aí, o Luxeed S7, da Huawei. É um sedã totalmente elétrico, que foi apresentado em 2023. Ele é um dos modelos de ponta do ecossistema automotivo de Huawei em que a empresa fornece sistemas, software, sensores, além de suporte para recursos de direção assistida.
O modelo conta com baterias de até 100 kWh, que garantem alcance de até 855 km, colocando-o entre os veículos elétricos de maior autonomia do mercado. Suas versões variam entre tração traseira e integral, entregando até 490 cavalos de potência.
Mas muito além das questões técnicas de um carro, o mais incrível é ver como as empresas de tecnologia chinesas conseguiram ter sucesso no mercado automotivo. Um carro desse aí, com tanta tecnologia, custa US$ 38 mil (R$ 200 mil).
Vale lembrar que a Apple, big tech americana, investiu cerca de US$ 10 bilhões no projeto do seu carro, mas desistiu da empreitada no ano passado. Já os chineses seguem firmes no plano de dominação do mercado global de elétricos.