Oracle em Alta, Uber com Helicópteros, Pets AI, Óculos Militares e o Robotáxi da Amazon
Bom dia! Hoje é 11 de setembro de 2025. Nesta data, lembramos que tecnologia e poder frequentemente se alimentam e se transformam: decisões de nuvem e parcerias corporativas alteram fortunas em minutos; enquanto inovações de mobilidade e defesa reescrevem estratégias nacionais e de mercado.
Oracle: resultado, nuvem e o salto de Larry Ellison
A Oracle reportou relatórios otimistas e uma perspectiva agressiva para sua nuvem após o acordo com a OpenAI para fornecer 4,5 gigawatts em capacidade de data center, fato que rendeu US$ 200 bilhões em valorização de mercado.
Esta combinação, além de reacender a valorização das ações, levou Larry Ellison (co-fundador da Oracle) ao topo do ranking de riqueza global, superando Musk no cargo de homem mais rico do mundo.
“Este foi um trimestre surpreendente e a demanda por infraestrutura em nuvem da Oracle continua crescendo”, disse a CEO da Oracle.
O episódio ilustra como contratos de infraestruturas de IA transformam receitas recorrentes em múltiplos de mercado: o mercado não é só vender Agentes e GPU, é garantir contratos de longo prazo com clientes que internalizam modelos e workloads críticos.
Economicamente, isso muda o jogo: provedores de nuvem que se posicionam como parceiros estratégicos de empresas de IA passam a capturar não só receita por infraestrutura, mas também poder sobre padrões de integração, compliance e até sobre o “go-to-market” de produtos baseados em modelos.
Uber + Blade: helicópteros na grade
A Uber anunciou que deve integrar as operações da Blade (serviço de helicópteros) à sua plataforma já em 2026, um movimento que avança sua ambição de oferecer mobilidade aérea sob demanda.
Mais do que uma novidade glamourosa, é sinal de maturidade de um mercado para um público premium. A integração reduz fricção logística (reserva, pagamento, seguro) e amplia o leque de casos de uso corporativo e de emergência.
No plano estratégico, a entrada da Uber em helicópteros serve como ensaio para voos elétricos e eVTOLs (carros voadores): ao dominar a experiência de ponta a ponta (agendamento, despacho, seguro, integração multimodal), a empresa cria o playbook para quando os veículos elétricos de decolagem vertical estiverem maduros.
Regulação, ruído, custos operacionais e preço do serviço vão ditar a velocidade — e há um debate claro sobre se mobilidade aérea urbana será nicho premium ou elemento central da malha urbana.
Born e a nova leva de “companheiros” de IA
A startup Born, criadora do pet virtual Pengu, levantou US$15 milhões para popularizar companhias sociais baseadas em IA — agentes desenhados para conversar, entreter e acompanhar rotinas emocionais.
Esse segmento cresce na esteira da solidão digital: humanos buscando interações confiáveis e persistentes encontram em avatares e pets virtuais uma opção escalável. Comercialmente, são produtos com alta retenção (assinaturas, microtransações, conteúdo premium) e grande apelo demográfico entre jovens e isolados.
Mas a praticidade traz complexidades: quem define limites terapêuticos? Como evitar dependência emocional que substitua relações humanas essenciais? Há também consequências de privacidade — dados íntimos de conversas, preferências e vulnerabilidades criam um ativo sensível que precisa de proteção robusta.
Empresas vencedoras serão as que aliarem experiência afetiva a ética, clareza de propósito e governança de dados.
Big Tech e defesa: Meta entra na criação de óculos militares
A parceria anunciada envolvendo a Meta para desenvolver óculos inteligentes com aplicações militares simboliza a crescente confluência entre tecnologia de consumo e sistemas de defesa.
Sensores avançados, visão aumentada e integração com redes situacionais prometem ganhos táticos enormes — mas também reacendem debates sobre o papel de empresas privadas em capacidades de poder estatal.
No campo da governança, a implicação é clara: reguladores e parlamentos terão de fechar lacunas legais que hoje permitem conversões rápidas de produtos civis para fins militares.
Para a sociedade, a proximidade entre big tech e defesa exige transparência e regras: qual o limite ético para tecnologias originadas no mercado consumidor quando aplicadas a conflitos?
Empresas e governos terão de negociar novos acordos de responsabilização e, possivelmente, regimes de auditoria independentes.
Amazon lança robotáxi em Las Vegas
A Amazon apresentou seu robotáxi futurista em Las Vegas, um movimento que demonstra o avanço da empresa além de e-commerce e cloud, entrando em mobilidade autônoma de passageiros.
Vegas, com regulamentos locais e circuito de testes turísticos, funciona como laboratório: a validade comercial vem quando o serviço provar segurança, custo competitivo e aceitação do consumidor.
O ponto estratégico é ambicioso: dominar o trajeto de pessoas e mercadorias ao mesmo tempo cria sinergias logísticas e dados operacionais incomparáveis.
Se a Amazon integrar robotáxis à sua cadeia de serviços, teremos uma plataforma de mobilidade que não só desloca pessoas, mas reescreve o custo do transporte urbano e, potencialmente, a estrutura de preços do varejo com entregas ultrarrápidas.
Resumo executivo
Oracle: Contratos de nuvem para IA viram motores de valuation.
Uber: mobilidade aérea ganha maturidade operacional.
Pets AI: mercado emocional por IA cresce. Perigo sobre dependência?
Meta & defesa: fronteira civil-militar se estreita.
Amazon robotáxi: teste em Vegas antecipa integração logística e competição por transporte urbano.