O Sucesso Não é Definitivo, o Fracasso Não é Fatal
Esse é um trecho de uma das frases mais conhecidas de Winston Churchill, que se completa com algo ainda mais poderoso: “o que conta é a coragem de continuar.” Talvez esteja justamente aí o segredo de tudo.
Continuar, apesar daquilo que nos trouxe até aqui. Continuar apesar das conquistas e apesar das derrotas. Porque ninguém vence sempre e ninguém perde para sempre. O problema é que, muitas vezes, ficamos presos nesses dois lugares. Paralisados pelo sucesso ou imobilizados pelo fracasso. E a vida não acontece em nenhum deles. A vida acontece no movimento. É vital continuar.
O sucesso, quando mal administrado, é um péssimo professor. Ele embriaga. Cria a ilusão de permanência, de controle absoluto, de que o caminho já está garantido. A visão fica turva. Passamos a olhar demais para o retrovisor das vitórias passadas e pouco para o para-brisa do futuro. A soberba se disfarça de confiança e, sem perceber, paramos de aprender. E quem para de aprender começa, lentamente, a ficar para trás.
O fracasso, por outro lado, pode ser uma grande escola. Não porque seja confortável, mas porque é honesto. Ele expõe limites, desmonta narrativas e obriga a encarar a realidade sem filtros. Mas só cumpre esse papel quando entendemos que perder faz parte do processo. Que cair não é o oposto de avançar. É parte do avanço. Cada queda carrega uma informação valiosa, desde que exista humildade para aprender e coragem para seguir.
No fim do ano, muita gente faz balanços. Onde acertei, onde errei, o que deu certo, o que deu errado. É um exercício importante. Mas insuficiente. Pouca gente se compromete, de fato, com a parte mais difícil. Continuar. Continuar mesmo que o saldo emocional esteja negativo. Continuar mesmo que os aplausos tenham cessado. Continuar mesmo quando o resultado não foi o esperado.
Porque o que define uma trajetória não é a fotografia de um ano, mas a decisão silenciosa de não interromper a caminhada. Sucesso passa. Fracasso também. O que permanece é quem escolhe seguir em frente, com mais consciência, mais maturidade e menos ilusão.
No fim, continuar não é teimosia. É lucidez.
É entender que a jornada não pede perfeição.
Pede constância.



