O Fim da Obesidade?
Estamos entrando na era do fim da obesidade. E isso não é exagero. As “canetas emagrecedoras” deixaram de ser tendência para se tornarem um divisor de águas na história da saúde. O que começou como um tratamento experimental virou um mercado global de quase US$ 50 bilhões, que pode ultrapassar US$ 150 bilhões até 2035. É um salto que nenhuma indústria pode ignorar.
As farmacêuticas sabem disso. A Pfizer acaba de comprar a startup Metsera por até US$ 10 bilhões, a Novo Nordisk gastou mais de US$ 5 bilhões para adquirir a Akero, e a Roche pagou outros US$ 3,5 bilhões pela 89bio. Em apenas um ano, os gigantes do setor já comprometeram mais de US$ 80 bilhões comprando startups com novas soluções para obesidade e doenças metabólicas. É a corrida do ouro do século XXI. Mas agora o “ouro” é o controle do corpo humano.
E o impacto disso vai muito além da saúde. Quando o excesso de peso deixar de ser uma epidemia, dezenas de setores serão afetados. Alimentação, moda, transporte, seguros, academias e até o design das cidades vão precisar se reinventar. Menos obesidade significa menos fast-food, menos refrigerante, menos gastos hospitalares… mas também mais energia, mais autoestima, mais disposição. É uma mudança cultural e econômica de proporções raras.
As canetas não estão apenas remodelando corpos, estão redesenhando comportamentos, hábitos e mercados inteiros. Estamos vendo nascer uma nova indústria e o declínio de muitas outras. Se o século XX foi o da abundância calórica, o XXI parece ser o da reprogramação metabólica.
O fim da obesidade não será uma promessa publicitária. Será um ponto de inflexão na forma como a humanidade consome, vive e se enxerga.



