O Efeito Gravitacional da OpenAI
A OpenAI não é apenas uma empresa. Tornou-se um campo gravitacional dentro da nova economia da inteligência artificial. Tudo o que orbita ao seu redor: chips, nuvens, capital e narrativas, parece ser atraído por uma mesma força: a promessa de que a IA será o novo motor de crescimento global.
Desde o início de 2025, cerca de meio trilhão de dólares passou a circular em torno da companhia de Sam Altman, num movimento que transcende o tradicional conceito de investimento. É um sistema em retroalimentação, onde cada acordo fortalece o ecossistema que, por sua vez, realimenta a própria OpenAI.
SoftBank iniciou o ciclo com um aporte de US$ 40 bilhões. A Nvidia veio logo depois, com US$ 100 bilhões adicionais. A Oracle entrou em cena com um contrato de US$ 300 bilhões para infraestrutura em nuvem. E, mais recentemente, a AMD selou uma parceria estratégica que pode render à OpenAI 10% de participação na companhia, movimentando outros US$ 33 bilhões.
O resultado? Quase US$ 500 bilhões orbitando uma única empresa em apenas seis meses.
Mas o fenômeno vai além dos números. O que a OpenAI está construindo é um ecossistema circular, onde as fronteiras entre cliente, fornecedor e investidor começam a desaparecer. Nvidia fornece chips, mas também investe. AMD produz, mas cede participação. Oracle hospeda dados, mas depende do fluxo de processamento da IA para crescer. Todos giram em torno de um mesmo eixo, e esse eixo é a OpenAI.
Há um risco evidente nessa simbiose: quando tudo se torna interdependente demais, a linha entre robustez e fragilidade fica tênue. O mesmo sistema que hoje acelera a inovação pode, se mal calibrado, concentrar riscos que impactam toda a cadeia global de tecnologia.
Mesmo assim, é inegável: Sam Altman e sua equipe transformaram a OpenAI na linha mestra da era da IA. São mais de 800 milhões de pessoas usando o ChatGPT semanalmente, um feito sem precedentes em alcance e velocidade de adoção.
Mais do que criar produtos, a OpenAI está desenhando o próprio tecido sobre o qual a inteligência artificial se expande. E talvez esse seja o verdadeiro poder gravitacional da empresa, não apenas gerar valor, mas definir o rumo de todos os outros que a seguem.