O Drama de Natal da Tesla
Em dezembro de 2008, a Tesla estava, literalmente, a dias de quebrar. A empresa havia acabado de lançar o Roadster, seu primeiro carro elétrico, mas o projeto estava muito acima do orçamento, a produção atrasada e a crise financeira global de 2008 tinha secado completamente o acesso a capital. Não havia caixa para pagar salários, fornecedores ou manter a operação viva após o Natal.
Elon Musk, que já tinha investido praticamente todo o dinheiro que ganhou com o PayPal na Tesla e na SpaceX, estava pessoalmente no limite financeiro. As duas empresas queimavam caixa ao mesmo tempo. Se uma caísse, a outra provavelmente iria junto.
Na véspera de Natal, dia 24, Musk conseguiu fechar um último aporte de emergência, liderado por investidores existentes, suficiente apenas para manter a Tesla viva por mais alguns meses. Não foi uma rodada confortável, nem estratégica. Foi um financiamento de sobrevivência, assinado horas antes do prazo final para a empresa entrar em default.
Segundo o próprio Musk, se o dinheiro tivesse atrasado um único dia, a Tesla teria falido. Os funcionários teriam sido demitidos logo após o Natal, e a empresa não chegaria a 2009.
Poucos meses depois, em 2009, a Tesla ainda precisaria de mais resgates, incluindo um empréstimo do governo dos EUA. Mas aquele cheque de Natal foi o que evitou o fim imediato. Sem ele, não existiriam Model S, Model 3, gigafábricas nem a Tesla como conhecemos hoje.
É um daqueles momentos raros da história empresarial em que tudo se decide em horas, não em anos. E lembra que, antes de virar “inevitável”, quase toda grande empresa esteve a um passo do desaparecimento.



