Nova Regulação de Trump, IA Ganha Corpo, Siri + ChatGPT e Mastercard na Blockchain
Bom dia! Hoje, dia 2 de julho, em 1964, o presidente Lyndon B. Johnson assinava a histórica Lei dos Direitos Civis dos EUA, marco que proibiu a discriminação racial e de gênero. Um lembrete de como decisões políticas moldam não só sociedades — mas também o futuro da tecnologia.
“One Big Beautiful Bill”: Trump, IA e a disputa por controle regulatório
O Senado dos EUA aprovou o pacote fiscal apelidado de “One Big Beautiful Bill”, uma das maiores vitórias legislativas de Donald Trump em sua campanha de retorno à Casa Branca. O projeto inclui cortes de impostos corporativos, incentivos à indústria tradicional e uma reviravolta silenciosa, porém crítica, para o setor de tecnologia: a remoção da cláusula que limitaria os estados de regularem inteligências artificiais de forma independente.
A decisão de excluir o chamado “AI Moratorium” reacende a tensão entre Washington e estados como Califórnia e Nova York, que buscam legislar de forma mais rígida o uso da IA em segurança, trabalho e privacidade. Isso cria um cenário de fragmentação regulatória: enquanto o governo federal busca atrair inovação e capital com menos amarras, governos estaduais poderão impor barreiras — afetando desde robôs no varejo até algoritmos em recursos humanos.
Além disso, Trump voltou a atacar diretamente Elon Musk e os subsídios aos veículos elétricos, chamando-os de “farsa cara e anticapitalista”. Isso põe em xeque uma das alavancas de crescimento da Tesla e amplia a percepção de que um possível novo mandato Trump enfraqueceria a agenda de energia limpa — o que teria impacto direto no Vale do Silício, que já investiu pesadamente em soluções ligadas à transição verde.
O projeto, embora econômico na superfície, é na verdade um mapa das prioridades tecnológicas de Trump: fortalecer a indústria pesada, descentralizar a regulação da IA, combater os incentivos a energias limpas, conter a China — e atrair os big players da nuvem, robótica e armamento para sua órbita fiscal. Para a tecnologia, o recado é claro: a nova era pode ser menos ESG (Environmental, Social, and Governance) e mais GDP (Gross Domestic Product).
Genesis AI: robôs ganham cérebro próprio
Com US$ 105 milhões captados em rodada seed (liderada por Eclipse e Khosla Ventures), a Genesis AI lança sua proposta ambiciosa: criar modelos fundacionais de IA voltados exclusivamente para robôs físicos. Em vez de apenas treinar chatbots ou modelos de linguagem, a startup quer dar aos robôs “entendimento contextual”, otimizando sua navegação no mundo real.
Isso marca um novo momento da IA: o salto do texto para o tato. A autonomia algorítmica começa a ganhar corpo — literalmente — e as máquinas passam a operar com percepção espacial, predição de movimentos e interação segura com humanos. Essa camada será crucial para robôs de armazém, cirurgiões autônomos e sistemas de defesa.
Siri pode ganhar cérebro OpenAI ou Anthropic
Segundo rumores recentes, a Apple estaria negociando com a OpenAI e a Anthropic para integrar seus modelos à Siri, transformando o assistente da Big Tech em algo mais conversacional, útil e inteligente. Essa integração, se confirmada, sela a tendência de que mesmo empresas com décadas de vantagem em UX precisam agora se aliar a fundações de IA generativa.
A Siri, por muito tempo estagnada, pode ganhar nova vida com a estrutura cognitiva da Claude ou do GPT-4. Mas o desafio permanece: como manter privacidade, tempo de resposta local e personalização profunda em um ecossistema Apple?
Visa e Mastercard vão à guerra das stablecoins
Com as stablecoins ameaçando um mercado de US$ 253 bilhões em pagamentos, Visa e Mastercard correm para integrar ativos digitais aos seus sistemas — buscando compatibilidade com carteiras digitais e blockchains públicas. A ideia não é apenas competir, mas absorver: usar stablecoins como infraestrutura invisível sob seus próprios meios de pagamento.
O motivo da pressa é simples: se tokens se tornarem padrão em e-commerces, aplicativos e transações de varejo, Visa e Mastercard perdem sua principal vantagem: a intermediação. Em vez de operarem como infraestrutura invisível para o comércio global, correm o risco de se tornarem irrelevantes frente a redes peer-to-peer mais rápidas, baratas e auditáveis em tempo real.
Ao invés de combater, Visa e Mastercard preferem se antecipar e adotam uma estratégia de “absorção criativa”: incorporar as stablecoins ao seu próprio ecossistema, oferecendo liquidez on-chain e camadas de segurança compatíveis com os padrões das bandeiras. No fundo, é uma disputa pelo trono de confiança: quem será a “ponte” entre consumidores e comércios?