Nestlé demite 16 mil, Apple + F1, Nubank México, Internet Artificial e Cérebro de IA
Bom dia! Hoje é 20 de outubro. Neste dia, em 2011, Tim Cook apresentou-se oficialmente como novo CEO da Apple aos investidores da companhia, durante a apresentação de resultados trimestrais. Steve Jobs havia falecido no dia 5 daquele mesmo mês.
Nestlé vai demitir 16 mil
A Nestlé, uma das maiores fabricantes de alimentos do mundo, vai demitir 16 mil funcionários. Segundo o CEO da empresa, a companhia passa por um processo de reformulação para se adequar aos novos modelos de negócio e padrões de consumo.
Porém, um número importante chamou a atenção: dos 16 mil demitidos, 12 mil serão em cargos de gestão e 4 mil em funções de manufatura. Ou seja, existe um rearranjo nos cargos gerenciais que segue uma tendência recente, porém importante.
A inteligência artificial e a robotização das fábricas já está substituindo trabalhadores na camada fabril. Contudo, quanto menos humanos estão presentes na base da pirâmide, menos humanos serão necessários nas camadas gerenciais.
A matemática é simples: se existem menos pessoas para gerenciar, as empresas precisarão cada vez menos de “controladores". A mesma coisa tem feito o Google, a Amazon, a P&G… a pirâmide hierárquica está sendo reformulada.
Apple leva a F1
A Fórmula 1 virou um ativo estratégico das big techs. A Apple acaba de vencer a ESPN e garantir os direitos exclusivos de transmissão nos Estados Unidos a partir de 2026. É mais do que esporte, é atenção pura.
Corridas ao vivo são um dos últimos produtos capazes de segurar o público em tempo real, e as plataformas sabem o valor disso. Para empresas como Apple, a F1 é uma máquina de engajamento. É o tipo de conteúdo que mantém o assinante conectado, reduz o cancelamento e ainda dá espaço para integrar serviços, dados e experiências.
Mas também é vitrine. O esporte mais veloz do planeta combina com as marcas que querem se associar a performance, inovação e emoção. É por isso que a Apple investe ao mesmo tempo em um filme sobre o tema e no streaming das corridas. É construção de marca, não apenas licenciamento.
Aliás, vale reforçar que o filme F1, que fez sucesso recente nos cinemas, foi produzido pela Apple e muitas das cenas - principalmente as gravadas de dentro dos carros - foram gravadas com iPhones no lugar de câmeras profissionais.
Nubank vai dominando o México
O Nubank México atingiu 13 milhões de clientes, o que corresponde a cerca de 14% da população adulta mexicana e 23% das pessoas bancarizadas no país. Ou seja, o Nu já é um dos players financeiros mais relevantes daquele país.
Por lá, o Nubank mantém sua vocação de “bancarizador”, ou seja, de ser o agente que traz pessoas para dentro do sistema financeiro. Cerca de 78% dos seus clientes por lá estão fora dos grandes centros urbanos.
Além disso, mais de 60% dos clientes pertencem a famílias de baixa ou média-baixa renda, e cerca de um terço à classe média consolidada. O Nubank está, assim, levando contas digitais, crédito e serviços financeiros acessíveis para comunidades antes excluídas.
O México é o melhor experimento para a expansão global do Nubank. Conseguir vencer e se tornar tão relevante num país grande, de 130 milhões de habitantes, é um grande feito. Vale lembrar que o México é a 13ª maior economia do mundo
A internet já é artificial
A internet já é artificial, mas não está ficando mais inteligente. Um estudo recente da Universidade de Oxford e da Graphite mostrou que metade de todo o conteúdo online já é gerado por inteligência artificial.
Isso significa que estamos sendo substituídos aos poucos. E, pior, estamos colaborando com o processo. Ao delegar aos algoritmos a função de criar, nos tornamos espectadores daquilo que antes era nossa maior virtude: a originalidade.
O problema é que as IAs aprendem com o conteúdo que consomem. E agora, grande parte do que elas “aprendem” foi criado por outras IAs. Ou seja, o conhecimento está sendo reciclado dentro de um loop de cópias, sem novas referências humanas.
No fim das contas, o que lemos, assistimos e ouvimos começa a parecer cada vez mais com uma cópia da cópia. Quando deixamos que as máquinas assumam o papel de criar, o risco não é apenas perder o controle. É perder a nossa própria capacidade de pensar, imaginar e inovar.
O cérebro dos adolescentes e a IA
A forma como os adolescentes pensam já está sendo alterada. Outro estudo de Oxford aponta o dedo: o uso intenso de ferramentas de inteligência artificial na escola acelera o aprendizado, mas mina a profundidade.
Na pesquisa com 2 000 jovens britânicos (13 a 18 anos), 8 em cada 10 revelam que usam IA nos deveres escolares. Eles afirmam que isso “faz pensar mais rápido” e “resolver questões difíceis”.
Porém vem o outro lado: essa velocidade compromete o pensar com calma, o questionamento e o raciocínio próprio. Mais de 60% dizem que a IA prejudica outras habilidades e 1 em cada 10 acha que ela limitou sua criatividade.
Ou seja: estamos entregando às máquinas parte da nossa capacidade de pensar e isso significa risco. Se não houver orientação, essa “geração nativa da IA” pode virar fluente em rapidez, porém fraca em profundidade.