Motorista-Garçom, 600 bi da Meta, Fim do iPhone e Cardápio Mounjaro
Bom dia. Hoje é 10 de novembro. Nesse mesmo dia, em 1983, o mundo mudou radicalmente. Bill Gates apresentou pela primeira vez o Windows 1.0, primeiro sistema operacional gráfico do mundo, popularizando de vez os computadores pessoais. Ali a Microsoft deu o primeiro passo para ser o que é hoje.
Motorista ou Garçom?
O futuro do transporte está prestes a virar de ponta-cabeça. O CEO do Lyft afirmou que, com a chegada dos carros autônomos, os motoristas de táxi e apps poderão se tornar “garçons” dentro dos veículos.
Mas não se trata apenas de uma brincadeira com bebidas no banco de trás: trata-se de uma mudança profunda no papel do humano na cadeia. Mesmo quando os veículos estiverem dirigindo sozinhos, o diferencial será a empatia, o atendimento, a conversa, aquilo que um algoritmo não replica.
Isso nos leva ao ponto central: não adianta só automatizar. Se você atua hoje na economia dos apps ou mobilidade, a reflexão é clara: qual função você vai exercer quando o volante virar secundário? Criar valor humano, estar disponível para o imprevisto, se tornar anfitrião da experiência.
Para empresas e líderes, a implicação é dupla: cuidar da transição tecnológica e preparar talento para as novas funções híbridas. A automação não elimina o humano, ela transforma. E cabe a nós decidir se somos coadjuvantes ou protagonistas desse novo capítulo.
O plano de 600 bi da Meta
A Meta, de Mark Zuckerberg, acaba de anunciar um plano ambicioso: investir US$ 600 bilhões em infraestrutura e geração de empregos nos Estados Unidos nos próximos três anos.
Esse volume monumental revela que a Meta está apostando pesado no futuro da inteligência artificial, construindo centros de dados, aumentando capacidade computacional e assumindo que a corrida tecnológica exige escala massiva.
Para quem está no ecossistema de tecnologia, isso manda duas mensagens claras: 1) o tamanho do investimento define barreiras de entrada cada vez maiores; 2) oportunidades surgem também fora da engenharia: serviços adjacentes, talentos especializados, novos formatos de entrega de valor humano.
Como líder, é hora de pensar além da inovação incremental: qual será o papel da sua empresa ou equipe nessa nova fase de infraestrutura em escala industrial? O jogo mudou de construir “mais rápido” para construir “muito maior e integrado”.
Deu prazo de 5 anos
Elon Musk acredita que os smartphones vão desaparecer em até cinco anos. E, se ele estiver certo, não é só o celular que vai sumir, é toda a ideia de “aparelho” como intermediário entre nós e o digital. A interface vai deixar de ser tela e virar intenção. Vamos pensar, falar ou apenas desejar, e a tecnologia vai responder.
O raciocínio é simples: a próxima revolução não é sobre melhorar o que já existe, é sobre eliminar o que separa o humano da máquina. O futuro não terá apps ou ícones. Terá consciência conectada, algoritmos que antecipam vontades e uma integração que beira o invisível.
Isso muda tudo. De como consumimos conteúdo até como trabalhamos, criamos e nos relacionamos. A economia das telas, que dominou os últimos 15 anos, pode dar lugar à economia das intenções. O valor não estará mais em quem tem o melhor design, mas em quem entende (e antecipa) o desejo humano.
Quando o telefone deixar de existir, não será um “upgrade” da tecnologia, mas uma mutação da humanidade. Estamos caminhando para um tempo em que a mente será o novo login, e o pensamento, a nova senha.
A rendição dos grandes chefes.
Até os grandes templos da gastronomia estão mudando de cardápio. E não é por falta de ingredientes. É por falta de apetite. O Financial Times mostrou que até o Fat Duck, restaurante três estrelas Michelin comandado por Heston Blumenthal, adaptou seu menu para a nova era dos remédios que tiram a fome, como Ozempic e Mounjaro.
A casa britânica, símbolo da alta gastronomia, agora oferece uma “Experiência Consciente”: porções menores, preços ajustados e uma proposta mais leve. Blumenthal resume bem o novo espírito do tempo: as pessoas estão buscando se sentir satisfeitas, não cheias. E isso muda completamente a lógica da experiência gastronômica e do negócio em torno dela.
Essa é a revolução silenciosa que os medicamentos estão provocando: não apenas nas dietas, mas em cadeias inteiras da economia do consumo. Restaurantes, supermercados, marcas de bebidas, moda… todos sentirão o impacto de um mundo que come menos, compra menos e busca mais equilíbrio.
Estamos entrando na era do “consumo consciente” por necessidade química. E talvez esse seja o paradoxo mais interessante da década: a biotecnologia nos ensinando, à força, o que a consciência não conseguiu fazer por vontade.






