Meli vira Farmácia, Cliente Oculto da Nvidia, 1 para 70 milhões e Data Center x Escritório
Bom dia! Hoje é 1 de setembro. Nesse mesmo dia, em 1996, a Apple lançou o videogame Pippin. Esse produto ficou conhecido como um dos maiores fracassos da história da Apple, na tentativa de entrar no mercado de games.
Mercado Livre vai comprar farmácia
Eu sempre digo que o futuro de qualquer mercado já existe em algum lugar do mundo. A questão é que esse futuro normalmente está mal distribuído e poucos conseguem enxergá-lo a tempo de aproveitar os movimentos.
O Mercado Livre está comprando uma farmácia. E isso não é qualquer coisa. É uma preparação para entrar no mercado on-line de medicamentos, assim como fez a Amazon em 2018, num movimento que antecedeu a criação da Amazon Pharmacy.
Lá nos EUA, a Amazon já faz entregas ultrarrápidas de medicamentos para 45% da população americana e em breve será o principal canal digital do país para vender medicamentos e artigos de farmácia.
Então, o que vai acontecer com o Mercado Livre é o que a gente já viu no “futuro” da Amazon. O Meli vai entrar forte na distribuição de medicamentos e fortalecer ainda mais seu ecossistema, atendendo o cliente de ponta a ponta.
Cliente A, Cliente B
A Nvidia reportou US$ 46,7 bilhões em receitas no último trimestre. Desse montante, quase 40% veio de apenas dois clientes, que a Nvidia chamou de Cliente A e Cliente B, deixando oculto o nome real do comprador.
Em perspectiva, isso significa que o Cliente A gastou US$ 10,7 bilhões com a Nvidia, enquanto o Cliente B gastou US$ 7,47 bilhões. Nas entrelinhas, significa que alguém está investindo muito pesado em infraestrutura de IA.
Na tentativa de especular os tais Clientes A e B, temos dois grandes nomes: a Oracle, que assinou um contrato de 10 anos para atender a OpenAI, recebendo US$ 30 bilhões anuais para isso. Ou seja, vai precisar de muita infraestrutura.
Outro possível comprador é a Meta, que está investindo muito no seu novo data center. A monta chega a US$ 50 bilhões e o data center terá quase o tamanho de Manhattan, ocupando uma área suficiente para abrigar 1,2 milhão de pessoas.
1 funcionário, 70 milhões de clientes
O Brasil é o segundo maior mercado do Duolingo, com cerca de 70 milhões de usuários. Mas, por aqui, a empresa só tem 1 funcionária. Ela é Analigia Martins e ocupa a posição de Country Marketing Manager.
O Duolingo é a maior “escola” de idiomas do mundo e vale US$ 13,4 bilhões. A companhia tem se destacado por duas coisas distintas: a primeira é pelo seu mascote, a corujinha verde que viraliza no TikTok e atrai muitos novos clientes.
O segundo destaque é por conta do uso de inteligência artificial, que fez com que o Duolingo avançasse para ser uma plataforma com mais de 100 idiomas disponíveis, com muito mais exercícios e trilhas personalizadas.
No mundo todo, são mais de 500 milhões de usuários. Apesar do sucesso, o Duolingo enfrenta seu maior desafio: o Google começa a transformar o seu Tradutor em um aplicativo de ensino de idiomas… veremos como fica essa disputa.
Mais data center, menos escritório
Esse gráfico mostra uma mudança estrutural na economia americana. Enquanto a construção de escritórios tradicionais desaba desde 2022, os investimentos em data centers estão em franca ascensão. Estamos diante de uma troca de prioridades: menos espaço para pessoas trabalharem, mais espaço para algoritmos rodarem.
Isso não é apenas uma mudança no setor imobiliário, mas um reflexo da transformação global. O home office e o modelo híbrido reduziram a necessidade de novos prédios corporativos. Por outro lado, a explosão da IA disparou a demanda por data centers, hoje vistos como os novos “imóveis premium” da era digital.
Se no passado arranha-céus representavam a pujança econômica, agora são os data centers que ocupam esse lugar. Eles consomem energia em escala colossal, exigem terrenos estratégicos e moldam políticas públicas. O símbolo da modernidade não é mais a torre de vidro espelhada, mas sim o galpão cheio de GPUs.
Em breve, veremos a curva preta ultrapassar a amarela. Esse cruzamento será um marco: a consagração de uma era em que a infraestrutura crítica não é mais onde os humanos se reúnem, mas onde as máquinas processam dados. Esse gráfico explica o presente e antecipa o futuro.