Mares Calmos Não Fazem Bons Marinheiros
Em tempos de águas tranquilas, qualquer um parece capitão. Mas é nos momentos de mar revolto que os verdadeiros líderes se revelam. A metáfora é antiga, mas talvez nunca tenha sido tão atual: “Mares calmos não fazem bons marinheiros.”
Vivemos um tempo onde a calmaria virou exceção. A cada semana, novas tecnologias reconfiguram mercados inteiros. A inteligência artificial remodela a forma como pensamos produtividade, criatividade, tomada de decisão. Conflitos geopolíticos embaralham cadeias globais. Inflação, taxas de juros, mudanças climáticas, disrupções regulatórias... o cenário parece uma tempestade permanente.
Nesse ambiente, liderar é assumir o leme mesmo sem saber exatamente onde estão os recifes. É tomar decisões difíceis com base em sinais incertos, intuir rumos que ainda não foram trilhados por ninguém. E, mais do que isso, é fazer isso tudo sem perder a confiança da tripulação — que espera, mesmo sem dizer, que o comandante saiba o que está fazendo.
Líderes que só navegam bem em maré favorável, que esperam todas as certezas para agir, acabam ficando para trás. O papel da liderança hoje é mais parecido com o de um navegador experiente do que com o de um planejador frio: é observar as nuvens, interpretar o vento, tomar riscos calculados e, acima de tudo, não parar.
Grandes decisões não surgem em momentos de conforto. Elas nascem da tensão entre o que sabemos, o que intuímos e o que precisa ser feito. E é essa tensão que molda os líderes que realmente fazem história.
Se você está enfrentando um momento turbulento, lembre-se: é justamente aí que você está se formando como um bom marinheiro. Ou melhor, como um verdadeiro líder.