Efeito Mounjaro: Eli Lilly chega a US$ 1 trilhão
A Eli Lilly acaba de entrar para um clube que até pouco tempo atrás era reservado a gigantes de tecnologia: o das empresas que valem US$ 1 trilhão. E o que impulsiona essa arrancada não é um novo chip, uma plataforma de IA generativa ou um marketplace global. É o poder das canetas emagrecedoras, lideradas por Mounjaro e Zepbound, que estão redefinindo a indústria da saúde e criando uma das maiores ondas econômicas da década.
O fenômeno é simples de entender. Pela primeira vez, a medicina encontrou um caminho realmente eficaz para tratar obesidade em escala. Esses medicamentos reduziram peso de forma consistente, melhoraram indicadores metabólicos e abriram uma nova fronteira de demanda que não tem precedentes: milhões de pessoas, no mundo inteiro, buscando soluções rápidas, eficientes e seguras para perder peso. O resultado está nos números. As vendas subiram de forma tão agressiva que a Lilly passou a revisitar suas projeções praticamente todo trimestre. A empresa virou sinônimo de um mercado que não está apenas aquecido, está em combustão. E isso é só o começo.
Nos próximos anos, tudo indica que o impacto será ainda maior. À medida que a tecnologia evolui, surgem versões orais, novos compostos, tratamentos combinados e indicações ampliadas. A produtividade dos medicamentos aumenta, o acesso melhora e os preços tendem a se tornar mais competitivos. Cada passo nessa direção amplia o alcance e acelera ainda mais o mercado. Não é exagero dizer que estamos diante do nascimento de uma nova categoria trilionária da saúde, comparável ao que o iPhone representou para o consumo e o que a nuvem significou para as Big Techs.
O efeito Mounjaro já começa a transbordar para outros setores. Restaurantes ajustam cardápios. A indústria alimentícia repensa portfólios. Seguros de saúde recalculam modelos de risco. Academias, marcas esportivas e até companhias aéreas sentem mudanças no comportamento de consumo. É uma cadeia inteira sendo reorganizada em função de uma tecnologia que, até três anos atrás, parecia apenas mais um medicamento promissor.
O trilhão da Eli Lilly não é um ponto final. É o primeiro marco de uma revolução silenciosa (e extremamente lucrativa) que está só começando. A corrida agora é para ver quem consegue acompanhar. Porque, do jeito que vai, os próximos trilhões já estão no horizonte.



