Apple Corre Atrás, iFood se Expande, Revolut Desafia, Brasil Verde Atrai e a Guerra Fria da IA se Intensifica
Bom dia! Hoje é 13 de novembro. Neste mesmo dia, em 1940, o mundo assistia à estreia do filme animado “Fantasia”, da Disney: uma fusão inédita entre tecnologia e arte que redefiniu o que significava criar. O longa provou que inovação não é apenas inventar algo novo, mas combinar o que já existe de forma inesperada.
O mesmo vale para hoje: enquanto gigantes como Apple e iFood redesenham suas estratégias, novos rivais e velhas potências redefinem os rumos da economia digital e energética global.
iFood compra Advolve e amplia seu império de dados e influência
O iFood anunciou a compra da Advolve, startup especializada em publicidade digital, com o objetivo de multiplicar por cinco suas receitas com anúncios até 2030. A movimentação reforça uma transformação silenciosa: o iFood não é mais apenas uma empresa de delivery, mas uma infraestrutura de economia urbana.
Com acesso a dados comportamentais de milhões de usuários e restaurantes, o iFood tem algo que poucas empresas possuem, atenção segmentada e contexto de consumo em tempo real. A compra da Advolve permite transformar esse ativo em mídia, oferecendo publicidade hiperlocal e personalizada dentro do ecossistema da plataforma.
No plano estratégico, o iFood está criando um modelo similar ao da Amazon Ads e do Uber Advertising: usar a operação logística como base de dados para monetização de atenção.
A fronteira entre entrega e entretenimento está desaparecendo, e o prato que você pede pode em breve determinar o anúncio que você vê.
Apple sente o peso da corrida da IA — e precisa reagir
A Apple, até agora discreta no campo da inteligência artificial generativa, começa a sentir a pressão. Com Google, Microsoft e OpenAI acelerando o ritmo, a empresa de Cupertino prepara movimentos mais agressivos - incluindo parcerias com startups e aquisição de modelos próprios de IA.
O desafio é cultural: enquanto as rivais estão dispostas a “falhar rápido”, a Apple ainda opera sob o mantra do controle absoluto e da perfeição estética. Essa filosofia, que fez dela o ícone do design tecnológico, hoje a freia na corrida da experimentação algorítmica.
Mas subestimar a Apple é um erro comum. O que ela não cria primeiro, ela reinventa com excelência. O verdadeiro trunfo pode vir com a integração total da IA em seu ecossistema: imagine uma Siri que aprende seu comportamento com base no iPhone, no Watch e no Vision Pro: uma IA invisível, mas onipresente.
Quando a Apple entra em um jogo, raramente entra para perder. Mas o tempo, agora, joga contra.
Revolut chega à América Latina e mira o trono do Nubank
A fintech britânica Revolut, que já atua no Brasil desde 2023, recebeu autorização para operar como Instituição Bancária Regulamentada no México. Isso permite que, agora, a empresa ofereça uma gama ampliada de serviços financeiros no país, com depósitos, créditos e atuação bancária total no país.
Embora já presente no Brasil, essa movimentação no México sinaliza claramente sua estratégia de expansão agressiva na América Latina - algo que exerce nova pressão sobre o Nubank, que tem sido o líder regional de bancos digitais.
Do ponto de vista estratégico, este avanço mostra dois pontos centrais:
A Revolut avança não apenas em novos mercados, mas em licenciamento regulatório completo, o que reduz barreiras e aumenta credibilidade local.
A competição entre Nubank e Revolut deixa de ser exclusivamente nacional e assume caráter regional/global, forçando ambos os players a repensarem dimensões como internacionalização, ecossistema de serviços e diferenciação.
Competir hoje significa operar em “plataformas globais”, não apenas em “aplicativos nacionais”. Além disso, a boa e velha competição não é diretamente entre os bancos, mas diretamente entre os clientes a serem conquistados e, como a história do capitalismo nos mostra, isso significa mais atrativos de ambas as partes, tornando, assim, o ambiente de soluções mais rico e agradável ao consumidor final: nós!
O capital global descobre no Brasil o novo epicentro verde
A Brasol, empresa de energia solar apoiada pela BlackRock, anunciou planos de investir R$ 20 bilhões em aquisições no Brasil. O movimento é mais do que uma aposta ambiental: é uma declaração geopolítica. O Brasil se tornou um dos principais polos estratégicos de energia renovável do planeta.
A combinação de sol abundante, extensão territorial e incentivos regulatórios atrai fundos de impacto e players institucionais. Para o investidor estrangeiro, o Brasil é o “novo Texas solar” - com menor risco político e um potencial de retorno crescente diante da descarbonização global.
Mas há um ponto crucial: o país precisa converter essa vantagem natural em liderança tecnológica e industrial, não apenas em exportação de energia limpa. O desafio será construir uma cadeia produtiva verde que mantenha aqui o valor que hoje escorre para fora.
A transição energética global pode, finalmente, ser a grande oportunidade de reindustrialização do Brasil.
EUA x China: a nova Guerra Fria é digital
O chefe de espionagem da Austrália alertou que hackers chineses estão invadindo redes críticas de infraestrutura ocidental em uma operação coordenada de sabotagem e coleta de dados.
O episódio reforça o que já é evidente: a Guerra Fria da IA está em pleno curso.
Se antes a disputa era por ogivas e petróleo, agora é por dados e semicondutores. Cada invasão cibernética é uma microbatalha pela supremacia tecnológica, e cada modelo de IA se torna, em si, um ativo geopolítico.
A tensão é estrutural: a China domina a manufatura de chips e dados em larga escala; os EUA, os modelos e a infraestrutura de software. No meio disso, países como o Brasil terão que escolher lados, ou, mais estrategicamente, aprender a operar entre eles.
A nova ordem global será definida não por quem tem o maior exército, mas quem controla as máquinas que pensam.
Resumo Executivo:
iFood transforma seu ecossistema em mídia de atenção e dados, tornando-se uma infraestrutura urbana multifuncional.
Apple corre contra o tempo para integrar IA sem perder sua filosofia de controle — o equilíbrio entre estética e adaptação será decisivo.
Revolut inaugura uma nova fase de competição financeira global e pressiona o Nubank a evoluir seu modelo.
BlackRock vê no Brasil o novo polo solar do mundo, com potencial de reindustrialização verde.
A Guerra Fria da IA intensifica a disputa por poder digital entre EUA e China, com impactos em cibersegurança e soberania tecnológica.







