Em um mundo cada vez mais acelerado, obcecado por métricas, escalas e resultados, é fácil esquecer que os negócios mais icônicos do planeta nasceram de algo muito mais simples — e poderoso: a paixão de quem faz.
Essa chama interna, que insiste em não se apagar mesmo diante das dificuldades, está presente em duas histórias que marcaram profundamente o universo do consumo, da cultura e do empreendedorismo: Starbucks e Nike.
Hoje, trago dois livros que mergulham na alma dessas marcas. Não para falar só de estratégias, mas para revelar as pessoas por trás delas. Suas dores, crenças, dilemas e decisões.
Dedique-se de Coração, por Howard Schultz
Mais do que contar a história da Starbucks, esse livro mostra como um garoto do Brooklyn, de família simples, viu no café uma forma de criar comunidade e conexão. Howard não queria apenas vender bebidas — ele queria criar uma experiência.
O livro é um convite para entender como uma cafeteria pode ser uma empresa bilionária sem perder sua alma. Schultz fala sobre liderança com empatia, propósito com execução, e propósito com lucro — sim, é possível equilibrar os dois.
Um dos momentos mais marcantes da obra é quando ele assume a empresa pela segunda vez, em meio a uma crise, e toma decisões impopulares para preservar o que considerava essencial: a essência da marca.
A Marca da Vitória, por Phil Knight
Se o livro da Starbucks fala sobre empatia, o de Phil Knight é sobre resiliência e ousadia. É impossível ler A Marca da Vitória e não sentir vontade de levantar da cadeira e começar algo do zero.
Knight mostra como a Nike nasceu de uma ideia aparentemente simples: importar tênis japoneses para os EUA. Mas por trás disso, estava um espírito inquieto, questionador, obcecado por performance e, acima de tudo, pelo amor à corrida.
Ao longo do livro, vemos um fundador que se recusa a desistir mesmo com dívidas e falta de apoio. A Nike foi construída por atletas e sonhadores, como ele mesmo define — pessoas dispostas a apostar tudo em algo que ainda não existia, mas que fazia sentido demais para ser ignorado.
As grandes lições
Howard Schultz nos ensina que o cliente sente quando há alma no que fazemos. Quando a experiência é desenhada com intenção, não apenas para gerar lucro, mas para criar valor verdadeiro.
Phil Knight nos lembra que o caminho da construção é árduo, imprevisível e solitário às vezes. Mas também mostra que quando a paixão é genuína, ela vira combustível inesgotável.
No fim das contas, os dois livros convergem em uma mesma ideia, que deveria ser parte da lama de todo empreendedor: as marcas mais fortes do mundo foram criadas por pessoas que se importavam de verdade.
Se você lidera, empreende ou sonha em construir algo duradouro, essas leituras são combustíveis indispensáveis. Porque a diferença entre um negócio comum e um movimento global… está na paixão de quem faz.