A Globo Não é Mais TV
Sim, a Globo não mais apenas TV. O canal sempre foi sinônimo de televisão, mas seus proprietários, os irmãos Marinho, demonstram que o alcance do grupo vai muito além das telinhas. Em 2024, o Grupo Globo registrou lucro recorde, reforçando sua força financeira e alimentando uma estratégia de expansão para além da produção de conteúdo audiovisual.
Para capturar oportunidades de crescimento em setores distintos, a família Marinho criou a Globo Ventures, cujo portfólio reúne pelo menos 31 empresas de diversos segmentos, reforçando a lógica de que um grande player de mídia pode se reinventar como investidor multiplataforma.
Portfólio de empresas investidas pela Globo Ventures
Alice (plano de saúde)
Alive (plataforma de compra por vídeo)
Arado (compra online de alimentos)
Arena (soluções para criadores de conteúdo)
Buser (passagens rodoviárias econômicas)
Cayena (fornecedores para restaurantes)
Em Casa (venda de imóveis)
Enjoei (e‑commerce de roupas e acessórios usados)
Familhão (clube de assinaturas vinculado ao “Domingão com Huck”)
Franq (produtos financeiros)
Gabriel (monitoramento de segurança)
Galena (IA para recomendação de cursos)
Hashdex (ativos digitais e criptomoedas)
IdWall (segurança cibernética)
Ingresse (venda de ingressos para eventos)
Kovi (locação de veículos)
LivUp (venda de marmitas)
Loja do Mecânico (peças automotivas)
Luzia (IA para estudos)
Merama (investidora e aceleradora de negócios)
Nomad (serviços financeiros)
Olist (soluções para empreendedores)
Player 1 (serviços para gamers)
Petlove (e‑commerce pet)
Proz (plataforma de cursos)
Quinto Andar (venda e aluguel de imóveis)
Sooper/Tul (materiais para manutenção e reforma)
Stone (serviços financeiros)
Ume (soluções de crédito)
Winnin (monitoramento de comportamento do consumidor)
Zippi (serviço de crédito)
Diversificar o portfólio é fundamental para reduzir riscos e capturar retornos em diferentes ciclos econômicos. Ao investir em áreas que vão de saúde e educação a mobilidade e fintech, a Globo Ventures ganha exposição a mercados de alto crescimento e amortiza eventuais quedas no setor de mídia tradicional. Essa estratégia ajuda a manter a resiliência do grupo, evitando depender exclusivamente da receita de anúncios e assinaturas.
O modelo de media for equity adotado pela Globo é uma forma inovadora de monetizar ativos preexistentes. Em vez de contratar espaços publicitários tradicionais, startups recebem investimento em troca de participação societária, usando a grade da Globo como moeda de troca.
Esse formato não só fortalece o caixa das empresas investidas, como também maximiza o valor dos espaços de mídia já consolidados, gerando um ciclo virtuoso de crescimento para ambos os lados. À medida que o ecossistema de tecnologia e inovação avança, iniciativas como media for equity tornam-se cada vez mais relevantes para grupos que buscam reinventar suas fontes de receita.
Em um mundo em rápida transformação, a lição da Globo Ventures é clara: reinventar-se é tão importante quanto liderar. Ao extrapolar a televisão e investir em setores disruptivos, a Globo mostra que um portfólio bem diversificado, aliado a modelos de monetização inovadores, é a receita para sustentar relevância e lucro em um mercado cada vez mais competitivo.