A Crise de Novidade da Apple
A Apple sempre foi sinônimo de inovação. Foi assim com o iPhone, que redefiniu a indústria de smartphones, e com o iPad, que criou uma nova categoria de produto. Porém, nos últimos anos, o “relógio de inovação” da empresa parece ter desacelerado. O Vision Pro, que prometia reinventar a realidade virtual, ficou aquém das expectativas. O Apple Intelligence ainda não causou impacto real. E o iPhone, seu carro-chefe, não apresenta avanços disruptivos há anos. O resultado? Uma sensação crescente de que a Apple vive uma “crise de novidade”.
Agora, a gigante de Cupertino tenta virar o jogo apostando nos robôs. Entre os projetos em andamento, um chama atenção: um “robô de mesa” que dará vida à Siri. Previsto para 2027, ele terá o tamanho de um abajur, girará a cabeça para interagir com o usuário e poderá executar tarefas como pedir comida, pagar contas e organizar a rotina. É a tentativa da Apple de transformar a inteligência artificial em algo físico e tangível - um caminho que outras empresas também exploram, mas cujo formato final ainda é incerto.
O problema é que 2027 parece longe demais. Num mundo onde a velocidade é fator decisivo, esperar anos para lançar um produto pode significar perder relevância. Enquanto rivais correm para colocar IA em dispositivos do dia a dia, a Apple parece adotar um compasso mais lento, o que pode custar caro em um cenário de mudanças aceleradas.
Curiosamente, Jony Ive, o lendário designer por trás da era Steve Jobs, está hoje trabalhando ao lado de Sam Altman, da OpenAI, justamente para “dar forma” à inteligência artificial. Seja um robô, uma pulseira ou um óculos, o futuro da tecnologia está em trazer a IA para o mundo real. A pergunta é: a Apple conseguirá liderar essa nova corrida ou continuará assistindo à inovação acontecer pela janela?